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Publicado em 16/03/2012
Compostos químicos que hoje são usados na produção de sabores e fragrâncias podem, no futuro, contribuir para o fornecimento de biocombustível. A conclusão vem de um estudo realizado por um instituto de pesquisas científicas do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o Joint BioEnergy Institute (JBEI), localizado na Califórnia. Os pesquisadores conseguiram projetar a bactéria Escherichia coli (E. coli), uma das mais comuns bactérias simbiontes do homem, para gerar quantidades significativas do composto chamado de metilcetona, responsável pelo sabor da manteiga e de alguns queijos.
Em testes que se seguiram, essas metilcetonas produzidas apresentaram um alto Índice de Cetano, indicador que mede a qualidade de combustão dos combustíveis diesel, tornando-as fortes candidatas para a produção de biocombustíveis avançados. "Nossos resultados aumentam a lista de compostos químicos naturais que podem servir como biocombustíveis, o que significa mais flexibilidade e opções para esse ramo da indústria.", diz Harry Beller, microbiologista que liderou o estudo. "Estamos particularmente animados com a nossa constatação de que é possível aumentar mais de 4 mil vezes a produção de metilcetona a partir da E. coli, com um número relativamente pequeno de modificações genéticas", conta.
Os biocombustíveis avançados - combustíveis não fósseis derivados de vegetais ou de lixo orgânico - são cotados como possíveis substitutos da gasolina e do diesel. Ainda mais visados são os combustíveis gerados por micróbios que, ao digerirem uma matéria de origem vegetal, convertem seus açúcares em moléculas de combustível. Esta foi a técnica testada no instituto americano JBEI, usando no caso a E. coli como micróbio e a meticetona como matéria natural.
Em condições normais, a E. coli produz números ínfimos de metilcetonas, mas os pesquisadores conseguiram superar esta deficiência usando enzimas especiais para modificar a bactéria e torná-la altamente produtora do composto.
"Para a produção da metilcetona, nós fizemos duas modificações importantes na E. coli", explica Beller. "Primeiro nós modificamos passos específicos da betaoxidação, via metabólica que a bactéria usa para quebrar os ácidos gordos, depois aumentamos a expressão de uma proteína nativa da E. coli chamada FadM. Essas duas alterações combinadas aumentam consideravelmente a produção de metilcetonas", diz ele. O próximo passo de Harry Beller e sua equipe é se concentrar no aumento da produção do biocombustível.
Informação de: Veja
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