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Publicado em 13/02/2012
O óleo de palma, mais conhecido no Brasil como dendê, é uma das apostas brasileiras para produção de biodiesel. Uma área já desmatada de até 318 mil km² (maior que o Rio Grande do Sul), localizada principalmente na região Norte, poderia ser ocupada pelo cultivo, de acordo com zoneamento agroambiental feito pela Embrapa. Petrobras, Vale e o governo federal, através do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, estão envolvidos na iniciativa.No entanto, as vantagens verdes do produto foram colocadas em xeque pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), que avaliou a emissão de CO2 no processo de produção, principalmente no desmatamento que pode ser gerado devido ao aumento a área plantada.
"A análise da EPA mostra que o biodiesel e o diesel renovável produzidos a partir do óleo da palma não se qualificam para os requisitos mínimos de redução de 20% das emissões de gases de efeito estufa - em comparação com o petróleo bruto", diz comunicado da agência publicado em 27 de janeiro.
Segundo o ministério do Desenvolvimento Agrário, a expansão da produção de palma no Brasil será feita com "desmatamento zero" e não vai gerar impacto ambiental. "A nossa primeira preocupação é proibir o desmatamento. Não queremos que nosso programa ocorra na mesma ótica de programas como os da Ásia. Não podemos deixar que o plantio da palma prejudique a biodiversidade", afirmou Marco Antonio Viana Leite, coordenador geral de biocombustíveis do ministério. Para ele, o plantio de palma ajudaria a evitar o desmatamento, pois forneceria alternativa de renda em áreas ameaçadas, aliviando a pressão à floresta.
De acordo com Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agrocologia, "a expansão da palma no Brasil vem sendo apoiada por estudos prévios, como o de zoneamento agroecológico". A área identificada, com 318 mil km², foi desmatada até 2008 e poderia receber o plantio do dendê sem prejuízo para as matas nativas, segundo o governo.
O investimento da Petrobrás na geração de biodiesel de palma é de R$ 900 milhões. A estatal estima que vai produzir anualmente 420 mil toneladas do biocombustível até 2018, quando toda sua capacidade estiver instalada, segundo sua assessoria de imprensa. A Vale que comprou em 2011 uma das maiores empresas do setor, a Biopalma - também aposta no biodiesel de palma. Ela pretende investir US$ 633 milhões para colocar em funcionamento cinco fábricas extratoras do óleo, com capacidade de produção de até 360 mil toneladas a partir de 2015.
Já o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, voltado para a agricultura familiar, prevê dobrar a área plantada e a produção nos próximos dois anos, atingindo 240 mil hectares e 4,3 milhões de toneladas. A Embrapa também atua na área do dendê. Ela realiza pesquisa sobre o aprimoramento genético da planta, além de produzir sementes para a expansão do cultivo. Somente em 2011, foram cerca de 1,5 milhão de sementes, um aumento de 65% em relação a 2010. Em 2012, a expectativa é de elevar a produção para 2 milhões, segundo a unidade da Embrapa de Manaus.
A Petrobras, a Vale e o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, juntos, devem atingir uma área plantada de cerca de 6,3 mil km² (equivalente a três cidades de São Paulo) em 2018, triplicando a extensão atual.
Um dos principais atrativos para o plantio é sua alta produtividade. Enquanto a soja produz em torno de 500 kg a 600 kg de óleo por hectare, a palma gera até dez vezes mais, entre 5 mil a 6 mil kg, explica Alonso, da Embrapa.
Informação de: UDOP
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