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Preço elevado e escassez do gás natural inibem projetos

Publicado em 23/12/2011

" A escassez de gás natural e os altos preços da matéria-prima disponível no país têm afugentado investimentos químicos e petroquímicos no Brasil. A Unigel, uma das maiores empresas química ..."

A escassez de gás natural e os altos preços da matéria-prima disponível no país têm afugentado investimentos químicos e petroquímicos no Brasil. A Unigel, uma das maiores empresas químicas de capital nacional, deverá investir cerca de US$ 400 milhões no México em uma unidade de metacrilato (acrílico). "Essa decisão já foi tomada há alguns meses", disse ao Valor Henri Armand Slezynger, principal executivo da companhia e presidente do conselho diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

O projeto da Unigel prevê a construção de uma fábrica com capacidade para 150 mil toneladas por ano. Essa unidade poderia ser erguida ao lado do polo químico do grupo na Bahia. Mas as discussões entre setor químico e governo ainda não amadureceram, levando a Unigel a optar por levar adiante seu projeto para o México, onde a disponibilidade da matéria-prima é abundante e os preços competitivos.

Segundo Slezynger, outras empresas do setor frearam projeto e até desativaram fábricas pela escassez da matéria-prima como fonte de energia. Ele citou o exemplo da Novelis, companhia de alumínio ligada à indiana Hindalco, que no fim do ano de 2010 anunciou a desativação da fundição de Aratu, na Bahia.

Slezynger afirmou que a Abiquim mantém constantes conversações com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) sobre preços da matéria-prima. As cotações do gás natural no Brasil estão em cerca de US$ 13 (por milhão de btu - unidade térmica britânica), enquanto nos Estados Unidos ficam abaixo de US$ 4 (por milhão de btu). "O Brasil não está competitivo. Os custos de muitas empresas estão comprometidos por conta dos altos preços pagos pela energia".

Segundo ele, a Abiquim entregou um estudo para o governo federal para melhorar a competitividade dos preços da matéria-prima no Brasil. "O consumo total de gás natural das indústrias petroquímicas é de cerca de 5% no país. Mas os preços estão impraticáveis".

Para Slezynger, o Brasil corre o risco de perder a hegemonia latino-americana na petroquímica. "Os EUA estão explorando o 'shale gas' [gás de xisto], muito competitivo, e a Argentina anunciou reservas de gás", afirmou. Muitas empresas também estão perdendo competitividade com os produtos importados, segundo o dirigente da Abiquim.

Em recente entrevista ao Valor, Carlos Fadigas, principal executivo da Braskem, petroquímica do grupo Odebrecht, disse que a escassez da matéria-prima não chega a preocupar, mas a competitividade por conta dos preços sim. A Braskem tem projetos em estudos de unidades de eteno e polietileno (PE) em países onde o gás natural é abundante, casos do México, Peru e Venezuela. No México, o projeto está mais avançado, com investimentos da ordem de US$ 3,1 bilhões, em parceria com a Idesa, para construir três fábricas de PE. No Peru, a petroquímica assinou um memorando de entendimentos com a Petroperu, no qual deverá avaliar a construção de três unidades para a mesma finalidade.

Atualmente, a nafta é a principal matriz petroquímica do Brasil. Ela é a base para a produção de 77% de todo o eteno produzido hoje no país, segundo dados da consultoria Maxiquim. O gás natural responde por 13%, com produção localizada na unidade da Braskem no Rio de Janeiro, a RioPol; e 5% de etanol - na fábrica de polietileno verde da Braskem no Rio Grande do Sul. Já o uso da nafta para a produção de propeno está mais equilibrada: 50% para a matéria-prima nas unidades da Braskem e 50% nas refinarias da Petrobras. O gás de refinaria responde pela outra metade.

Segundo Slezynger, a própria Petrobras afirmou não ter volume suficiente de gás natural disponível para os próximos anos, o que gera insegura no setor.

Em novembro, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, informou que a empresa não tem gás para disponibilizar ao mercado e que os contratos já assinados estão 100% garantidos, mas não haverá novos contratos. O argumento é que a Petrobras não sabe o gás que será injetado no pré-sal. Parte dessa matéria-prima produzida pela estatal é associada à produção de petróleo. Por isso, sem saber qual a proporção de gás que será necessária para injetar no campo produtor de petróleo, ela não tem como identificar a quantidade de gás disponível ao mercado. Ontem, a empresa informou que a produção de gás natural em seus campos no país atingiu em novembro 57,6 milhões de metros cúbicos, aumento de 4,2% em relação ao mesmo mês de 2010. Em relação a outubro, a alta foi de 1,3%.

Informação de: Tn Petróleo

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