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Publicado em 16/12/2011
O grupo mineiro investiu US$ 20 milhões (cerca de R$ 35 milhões) na linha de produção, comprada da norte-americana Spire. O acordo envolveu a capacitação de funcionários e a transferência da tecnologia de fabricação. A planta tem potencial para produzir mais de 100 mil painéis fotovoltaicos de 230 W cada por ano.
Como ainda não há demanda, a unidade fabrica atualmente 1.000 painéis por mês. "O fato é que o Brasil tem uma defasagem de cinco anos em relação a EUA e Europa, onde a energia solar está presente no dia a dia dos negócios do setor de energia. Em 2016, acreditamos que vai ser a mesma loucura que é hoje com as eólicas", diz Sergio Esteves, diretor Comercial da Tecnometal.
No curto prazo, a empresa aposta nos estádios da Copa do Mundo de 2014 e no crescimento provocado pelo lançamento, este ano, do projeto de pesquisa e desenvolvimento estratégico de energia solar da Aneel. A Chamada 13/2011 recebeu propostas de 95 empresas, número que surpreendeu a própria agência. Os planos devem ser aprovados ainda este ano e começar a ser desenvolvidos em 2012.
Por esses motivos, a Tecnometal prevê que venderá, já no próximo ano, de 10 MW a 12 MW no mercado interno e para países vizinhos. No ano seguinte a demanda permaneceria a mesma, e em 2014 começaria a crescer, em média, de 20% a 25% ao ano, chegando ao pico em 2016. "É uma questão de oportunidade. Temos sol, bancos capitalizados, como o BNDES e a Caixa Econômica, e um mercado promissor. Achamos melhor investir agora em tecnologia e treinamento para estarmos prontos quando o mercado crescer", conta Esteves.
Desenvolvendo a cadeia
Esteves acredita que o grande avanço no Brasil irá ocorrer quando toda a cadeia de fabricação dos painéis for dominada pelo país, o que causaria uma redução significativa do preço dos equipamentos. Isso porque o Brasil é o maior exportador de silício bruto do mundo, mas importa todo o silício purificado que consome.
Dominar toda a cadeia produtiva é, aliás, um dos objetivos do P&D Estratégico da Aneel. Esse controle já vem sendo buscado pelo governo federal por meio de estatais, universidades e instituições de pesquisa.
Entretanto, segundo Esteves, deve haver uma demanda de pelo menos 200 MW anuais - ou seja, quase dez vezes a capacidade atual da fábrica de painéis da Tecnometal e cerca de 30 vezes a atual demanda brasileira - para justificar a instalação de uma fábrica de purificação de silício em grau solar com escala industrial. Ainda assim, ele crê que o investimento vale a pena. "Vendemos o silício a preço de areia para a Ásia, que purifica, transforma em célula solar e vende para nós por um custo muito mais alto. Se conseguirmos fazer esse processo todo no Brasil, vamos dar um salto enorme", garante o executivo.
Informação de: Brasil Energia
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