Usina antiga pode elevar oferta de energia
Publicado em 15/10/2010
" Empresas de geração de energia já se movimentam para investir na instalação de novas turbinas para aumentar a capacidade
de suas antigas hidrelétricas graças à perspectiva de que a Aneel ( ..."
Empresas de geração de energia já se movimentam para investir na instalação de novas turbinas
para aumentar a capacidade de suas antigas hidrelétricas graças à perspectiva de que a Aneel (Agência Nacional de Energia
Elétrica) edite, em breve, nova regulamentação sobre a chamada repotencialização das usinas.
A
medida poderá acrescentar, ao menos, 5.300 MW de energia ao sistema, segundo previsão da Abrage (Associação Brasileira das
Empresas Geradoras de Energia Elétrica).
Estudo da entidade obtido pela Folha
revela que as estatais estaduais Cemig (MG), Copel (PR) e Cesp (SP), e a federal Eletrobras-Chesf são as empresas que mais
vão se beneficiar da liberação das obras de ampliação de usinas pela Aneel.
Juntas,
essas companhias podem colocar mais 4.200 MW -volume de energia pouco menor do que a capacidade assegurada de geração, ao
longo de todo ano, da usina de Belo Monte (PA).
VÁCUO
JURÍDICO
Hoje, porém, se investirem para ampliar a capacidade, elas não têm para quem vender a energia, já que há um vácuo
legal. Não existe nenhum mecanismo, nem em lei nem na regulamentação interna da Aneel, que permita a comercialização desse
excedente a ser gerado.
Há juristas que defendem até a necessidade de novo leilão
de concessão para realizar uma ampliação nas hidrelétricas.
Para Flávio Neiva, presidente
da Abrage, esse é um dos grandes nós do setor elétrico que começa a ser desatado agora, com a disposição da Aneel em editar
portaria que passe a regular a repotencialização das usinas.
Internamente, a Aneel
estuda o assunto em esfera técnica e enxerga a necessidade de resolvê-lo logo.
A
previsão é que, ainda em outubro ou no máximo no próximo mês, a questão siga para apreciação da diretoria colegiada da agência.
SEGURANÇA
Neiva diz que o "maior ganho da repotencialização" está na segurança do suprimento
de energia. É que, segundo ele, o aumento proporcionado no total de energia assegurada -aquela que é gerada o ano todo, sem
interrupção sazonal, e transferida para o sistema elétrico com garantia firme- é pequeno.
Os
mais de 4.000 MW que poderão vir das novas turbinas vão "entrar na ponta, na hora de pico do consumo", quando o país mais
precisa de energia "para evitar apagões e sobrecargas da rede", de acordo com Neiva.
Não
há ainda uma estimativa de quanto custará a ampliação da capacidade das usinas, embora haja a disposição das empresas de gerar
mais energia.
Neiva diz que são necessários "pequenos investimentos", se comparados
aos destinados à usina de Belo Monte, por exemplo.
É que hidrelétricas como São
Simão (MG) ou Porto Primavera (SP) já foram construídas com a previsão de receberem, no futuro, novas máquinas. Por isso,
não é preciso, por exemplo, erguer novas barragens. O investimento consiste basicamente na compra e instalação das novas turbinas.
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