Publicado em 17/06/2013
O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, defendeu que o Brasil deve
continuar se esforçando para quebrar as barreiras ainda existentes para permitir que profissionais altamente capacitados
do exterior venham disputar o mercado interno de trabalho. Segundo Neri, há um conceito equivocado de que o país
tem as portas abertas para estrangeiros, o que é, na opinião dele, uma mentalidade que tem de ser mudada para
se avançar no desenvolvimento econômico e social.
“Nos brasileiros achamos que somos uma sociedade composta
por imigrantes, mas quando se olha para os níveis, somos um décimo da média mundial”, disse ele
ao defender que é preciso melhorar os meios de atratividade da mão de obra externa. No entanto, Neri reconheceu
avanços em comparação ao quadro de 20 anos atrás quando eram emitidos em torno de 5 mil vistos
por ano, número que, atualmente, passou para 73 mil.
“Ainda é pouco, mas tem um potencial de crescimento
grande”, apontou o ministro ao destacar o ambiente favorável na oferta de mão de obra em razão
da crise em países da zona do euro e mesmo em relação ao desaquecimento da economia mundial.
O secretário
da SAE, Ricardo Paes de Barros, informou que a taxa de imigração no Brasil é 0,3%, bem abaixo da média
mundial de 3%, e que representa um fluxo de 6 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a taxa está em 14% e no
Canadá 21,3%. A proposta da SAE é se atingir, pelo menos, a média mundial, gradualmente, no longo prazo.
Tanto
Paes de Barros quanto Neri acreditam que a vinda de profissionais especializados poderia cobrir o déficit em algumas
áreas, entre as quais a de engenharia, e com isso ampliar o grau de competitividade das empresas nacionais por meio
da troca de conhecimento que pode elevar o nível de qualificação profissional no país, facilitar
a adoção de novas tecnologias e levar à inovação.
Nos últimos seis meses, conforme
revelou Paes de Barros, ocorreram alguns avanços na regulamentação em favor do trabalhador de fora como,
por exemplo, a resolução do Conselho Nacional de Imigração que determinou a dispensa da obrigatoriedade
de os trabalhadores estrangeiros serem pré-aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no caso de
contratos temporários com vigência de três meses.
As informações foram dadas durante o
encontro Política Migratória, Produção e Desenvolvimento, na sede da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Além de representantes da SAE, estavam presentes, entre outros
membros da Câmara Oficial Espanhola de Comércio, da própria Fiesp e do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea).
Fonte: Agência Brasil
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