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Raça bovina 100% paranaense ganha reconhecimento federal

Publicado em 28/04/2017

Os animais, da raça batizada como Purunã, foram desenvolvidos com ênfase na qualidade da carne e resistência, a partir de pesquisa realizada no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar)

A produção de carne mundial ganhou um reforço de peso. Primeira raça bovina desenvolvida por um órgão estadual de pesquisa no Brasil, a raça Purunã foi reconhecida oficialmente em evento no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A equipe dos Observatórios Sistema FIEP esteve presente para a cobertura do evento.

A linhagem Purunã passa a ser uma opção para a criação de gado de corte. Os animais foram desenvolvidos pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) em um trabalho de pesquisa que levou cerca de 30 anos.

O Purunã foi obtido por meio de cruzamentos entre as raças Caracu, Charolez, Canchin e Aberdeen Angus. De acordo com os pesquisadores, o novo bovino incorporou características das quatro, como a resistência ao calor e a doenças, a precocidade na reprodução, o volume de carcaça, a maciez e marmoreio da carne, inclusive superando as espécies originais em comparações individuais - peculiaridades fundamentais para a pecuária de alto rendimento.

Florindo Dalberto, diretor-presidente do Iapar, enfatiza que esta é a primeira vez que um trabalho de pesquisa pública resulta em uma criação de raça no Brasil.“Hoje, depois de 30 anos de pesquisas, temos o reconhecimento. Esta é a síntese tecnológica de casos positivos de outras raças. Há quatro anos já tínhamos as primeiras criações em nível de testes. Hoje já temos criadores dessa raça paranaense em outros estados como Goiás e Minas Gerais. Nosso objetivo foi preencher a lacuna de ter um gado para produtores medianos com uma raça com uma característica mais rústica”, explica.

Os pesquisadores do Iapar Daniel Perotto e José Luiz Moletta trabalham na pesquisa genética que originou o Purunã há 30 anos. Com 15 anos de trabalhos, o Iapar constatou que já tinha material genético diferenciado para formar a população que seria o embrião de uma nova raça.​

Idealizador da nova raça e líder das pesquisas, o engenheiro agrônomo do Iapar Daniel Perotto enfatiza que o Purunã combina excelente capacidade reprodutiva e também para o desenvolvimento de carne, assim como grande desenvolvimento muscular. “É uma raça ‘bimestiça’, combinando a reprodução de outras . Até 1993 fizemos o cruzamento de raças por montagem natural. Após isso passamos a inseminação artificial de touros, o que traz melhor valor genético”, descreve.

O superintendente substituto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná, Alexandre Orio Bastos, disse que o lançamento de uma nova raça mostra a fortaleza da área agropecuária do Brasil. Ele também comentou como está a atuação da pasta com relação à operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga o setor de carnes. “Estamos estudando uma série de medidas, como a retirada de determinados servidores de áreas e a realocação de outros”, destaca.

O zootecnista e pesquisador do Iapar José Luís Moletta também está envolvido desde o início da década de 1980 nos estudos que chegaram ao Purunã. Segundo ele, a nova raça apresenta animais superiores e deve agregar na produção de carne no estado. “A carne veio para complementar as características produtivas”, explicou.

Norberto Ortigara, secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, salientou o quanto o investimento em tecnologia é importante para o agronegócio. “Mesmo quem não vive o dia a dia e não tem como conferir os detalhes entende o investimento da pesquisa. Não é a toa que este país e estado se tornaram gigantes no fornecimento de alimentos do mundo”, afirma.

O superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entregou ao governador a portaria que reconhece a raça e dá autonomia aos criadores para expansão do rebanho no País. A Associação de Criadores de Gado Purunã (ACP) recebeu credenciamento para fazer o controle genealógico da nova raça. 

Richa destacou a excelência do trabalho realizado pelo Iapar e prestou homenagens a equipe responsável pelo desenvolvimento da raça bovina. “A certificação e o reconhecimento oficial consagram o Iapar. Recebemos o instituto em uma situação crítica. Hoje é um dos orgulhos do Estado”, disse Richa na solenidade que teve a exposição de animais e degustação de carne. 

Richa destacou o estímulo dado aos órgãos estaduais de pesquisa. Ele lembrou que a reformulação do Iapar envolveu a contratação de 250 profissionais. Richa também citou o caso do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que recebeu novos investimentos do Estado e hoje produz medicamentos e vacinas para exportação. 

O nome da nova raça se refere à Serra do Purunã, onde fica a Fazenda-Modelo do Iapar, local onde todo o trabalho foi desenvolvido. “A partir de agora, o criador que decidir pelo Purunã terá a certeza de contar com um material de origem pura”, garantiu o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. 

A Purunã é resultado de mais de 30 anos de trabalho, que começou com o experimento genético. As duas últimas décadas foram para consolidação e disseminação da nova raça. “É uma raça adaptada para qualquer tipo de criador. Mesmo os que não possuem grande aporte tecnológico podem obter bons resultados”, o presidente do Iapar, Florindo Dalberto. 

O Iapar estima que 3 mil a 4 mil animais estão sendo criados. Desde 2008, o instituto vem ofertando touros, mas sua atuação ainda é limitada no mercado, segundo o zootecnista e pesquisador José Luiz Moletta, um dos criadores da nova raça. 

A partir de agora a Associação de Criadores de Gado Purunã irá gerir a raça. Segundo o presidente da entidade, Piotre Laginski, com a entrega do registro oficial aumenta a perspectiva de parcerias para disponibilizar a genética no mercado. Hoje, existem embriões e sêmen em laboratórios, prontos para serem comercializados. 

A perspectiva é que em quatro anos pelo menos 10 mil matrizes de gado Purunã já estejam registradas. Atualmente, existem exemplares em Patos de Minas (MG) e em São Paulo. Criadores da Bahia estão dispostos a fazer parceria para avaliação da genética no estado. “Agora a Purunã ganha o mundo”, disse Laginski.

Articulação das Rotas Estratégicas para a Indústria Paranaense

A indústria animal paranaense vislumbra a genética e melhoramento animal como setores de desenvolvimento que podem ser potencializados pela biotecnologia, contribuindo para melhoria dos índices de produtividade das criações, de lucratividade para o produtor rural e de qualidade do produto final para o consumidor. 

O projeto de Articulação das Rotas Estratégicas para o setor de Biotecnologia Aplicada à Indústria Animal teve início no ano de 2011. Esse projeto deriva do estudo “Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense”, que na prática elaborou um roadmapping para cada um dos 13 setores industriais elencados como estratégicos no estudo intitulado “Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná”.

Participam dos grupos de trabalho do respectivo projeto profissionais de academia, da indústria, do governo e do terceiro setor, que se aproximaram em prol da concretização das ações propostas dentro das visões de futuro do Roadmapping de Biotecnologia Aplicada à Indústria Animal. Para cada uma dessas visões de futuro traçadas foi criado um grupo de trabalho que se reúne periodicamente desde então.

A visão da indústria do Paraná como referência em genética e melhoramento animal coloca em relevo a capacidade de identificar e mobilizar todas as competências biotecnológicas necessárias para garantir o alcance desta visão.Assim, a partir das de reuniões e projetos do grupo de trabalho “Formação de Banco de Dados de Animais com Potencial para o Melhoramento Genético" discuti-se ferramentas para construir um Projeto Estratégico de Melhoramento Genético das espécies ovina, caprina, bovina e de peixes para o estado do Paraná.

Participam deste grupo de trabalho instituições como Iapar, Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), UFPR, Deoxi Biotecnologia, BRF Brasil Foods, Topigs, entre outras.  O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) é participante ativo deste grupo, representado pelo pesquisador Daniel Perotto. O Encontro Nacional de Genômica Animal - Integração da Pesquisa e Aplicação também idealizado pelo pesquisador, sendo uma iniciativa deste Grupo de Trabalho da Articulação da Rota Estratégica de Biotecnologia Animal

Fonte: Gazeta do Povo / IAPAR

 

 

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