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Própolis vermelha de Alagoas

Publicado em 29/08/2014

INPI atesta que substância encontrada em Alagoas é diferenciada das similares produzidas em qualquer outra parte do mundo

Desde o início da implantação do curso de Farmácia na Universidade Federal de Alagoas, em 1996, o estudo sobre a própolis vermelha já foi incluído entre as pesquisas em fitoquímica. As propriedades dessa substância, produzida pelas abelhas a partir da resina avermelhada, encontrada em uma planta do mangue conhecida como rabo-de-bugio, intrigaram os pesquisadores. Mas, foi a partir de 2005 que o professor Ticiano Gomes do Nascimento, doutor em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos, intensificou os estudos sobre as propriedades e aplicações da própolis vermelha, buscando validar metodologias analíticas e produtos. "Começamos por obter extratos brutos de própolis vermelha com atividade antimicrobiana. Naquela época produzimos xarope de própolis e elixir melitos", relatou.

clique para ampliar>clique para
            ampliarAbelha retirando a resina vermelha da planta. (Foto: Ascom / Ufal)

Os estudos ganharam o reforço, a partir de 2008, com a contratação do professor Irinaldo Diniz Basílio Junior, também doutor em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos, e com a aquisição de novos equipamentos, como o spray dryer, obtido através do projeto Institucional aprovado no Edital 27/2010 Pró-equipamentos/Capes. "A partir daí, pudemos desenvolver micro-encapsulados de própolis vermelha de dois tipos: o gastro-resistente, que retarda a liberação no estômago e libera o medicamento no intestino; e a segunda geração, que é de liberação controlada. Temos então dois micro-encapsulados que podem ser transformados em dois produtos, inclusive já foram pedidos os registros de patentes no INPI. Os depósitos foram feitos em 2012 e 2014", informou Ticiano Gomes.

Com a solicitação do depósito de patentes, a tecnologia desenvolvida para a produção dos micro-encapsulados de própolis vermelha é mantida sob sigilo. Os pesquisadores perceberam desde o começo dos estudos o grande o potencial desta própolis, com características tão singulares e composição rica em isoflavonóides, numa concentração encontrada apenas na própolis vermelha de Alagoas. "Para essa iniciativa de pedido de registro, contamos com o apoio do Núcleo de Inovação e Tecnologia da Ufal, da pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, coordenado pela professora Silvia Uchôa, que vem capacitando os pesquisadores, por meio de cursos e palestras, para estarem mais atentos, não só ao processo de pesquisa, mas também à garantia da propriedade intelectual e ao depósito de patentes", afirmou Irinaldo Diniz. 

A partir dos estudos que confirmaram as propriedades específicas da própolis vermelha de Alagoas e com o apoio do governo do Estado, Sebrae-AL, associações (Unipropolis) e cooperativas apícolas, foi  possível conquistar, em agosto de 2012, o registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de Indicação Geográfica – Denominação de Origem, para o domínio Própolis Vermelha e Extrato de Própolis Vermelha, incluindo a designação do selo Denominação de Origem – Manguezais de Alagoas. Isso quer dizer que o órgão competente do governo federal atesta que a própolis vermelha do Estado é realmente diferenciada das sustâncias similares produzidas em qualquer outra parte do mundo.

Suplemento alimentar

As pesquisas desenvolvidas por pesquisadores do mestrado em Farmácia já demonstraram que a própolis vermelha pode ser utilizada no combate às bactérias multi-resistentes encontradas em ambiente hospitalar; é eficiente para o tratamento tópico das feridas em humanos provocadas pela leishmaniose; tem propriedades antioxidantes, ou seja, elimina os radicais livres; tem ação antimicrobiana, pode vir a ser utilizada como opoterápico de terapêutica complementar no tratamento da Aids e ser ainda usada na prevenção de câncer. Até na indústria cosmética a própolis pode ser empregada na produção de shampoos para eliminar caspa, por exemplo. Para os pesquisadores da Esenfar, com esse amplo leque de aplicações e investimentos que a própolis vermelha possibilita, é preciso definir um foco.

Ticiano Gomes e Irinaldo Diniz decidiram começar por uma aplicação como suplemento alimentar. "Temos a possibilidade de realizar os estudos clínicos em parceria com os professores Haroldo Ferreira, da Faculdade de Nutrição, e Amandio Geraldes, do curso de Educação Física, para comprovação de propriedades na área nutracêutica, com atividade antimicrobiana e antioxidante. Com esses estudos, acompanhando atletas de alto rendimento, ou outros grupos, como obesos e diabéticos, podemos comprovar a atividade e a eficácia do produto para solicitar o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)", destacam os pesquisadores.

Parcerias e uso industrial

Para o desenvolvimento dos dois tipos de micro-encapsulados, para os quais já foram depositadas as solicitações de patentes, os pesquisadores trabalharam em parceria com a apícola Fernão Velho, do empresário Mário Calheiros, um dos pioneiros em investimentos em apicultura em Alagoas. O projeto foi incluído, pela microempresa no PAPPE Integração, programa do governo federal, com recursos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para destinar recursos não reembolsáveis aos projetos de desenvolvimento de novos bioprodutos. "A aprovação do projeto possibilitou a realização de parceria com a microempresa, possibilitando o desenvolvimento dos dois micro-encapsulados", comentou Irinaldo Diniz. 

Segundo os pesquisadores, a apícola Fernão Velho já registrou a tintura, como suplemento fitoterápico, junto ao Ministério da Agricultura, o que possibilita a comercialização desse extrato. "Agora queremos realizar esses estudos clínicos porque o registro de medicamentos fitoterápicos segue uma legislação mais rigorosa, e deve ser solicitado junto ao Ministério da Saúde. Mas, se conseguirmos esse registro, podemos realizar várias parcerias, não só com a apícola Fernão Velho, mas com outras indústrias, para transferência da tecnologia. Estamos só começando a analisar as possibilidades", ressaltaram.

Fonte:Universidade Federal de Alagoas

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