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A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) recebeu nesta segunda-feira (17), em Curitiba, o presidente mundial da Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn. Em encontro com cerca de 150 pessoas, incluindo diretores da Fiep, empresários e executivos de grandes empresas paranaenses, Ghosn descreveu o panorama do setor automotivo internacional e afirmou que o Brasil precisa adotar medidas que aumentem a competitividade das indústrias para que volte a crescer em patamares elevados. Segundo ele, questões como a elevada carga tributária e as deficiências na infraestrutura estão entre os principais entraves para o desenvolvimento do País.
Na opinião de Ghosn, os investidores estrangeiros, principalmente pela expansão constante do mercado nacional, estão seguros de que o Brasil possui um grande potencial de crescimento. “O Brasil sem dúvidas é um país onde as empresas querem investir, mas ainda restam algumas interrogações, e a principal delas é saber por que o crescimento do Brasil parou”, disse, referindo-se ao crescimento de apenas 0,9% do PIB brasileiro em 2012.
De acordo com o executivo, para que o Brasil retorne a patamares mais elevados de crescimento, o País precisa atacar alguns problemas que afetam a competitividade de seu setor produtivo. O principal deles é a elevada carga tributária. “O nível de impostos pago pelo consumidor brasileiro é o mais alto do mundo. Hoje, 30% do valor de um carro vendido no Brasil são impostos, enquanto na França esse percentual é de 16% e nos Estados Unidos, apenas 6%”, exemplificou. Segundo Ghosn, esse é um dos motivos para que o índice de veículos por habitante no Brasil ainda esteja abaixo de países médios da Europa. “Em Portugal, por exemplo, são 500 carros por 1.000 habitantes, enquanto no Brasil são 200 por 1.000. Porém, nada indica que o Brasil também não possa chegar a esse nível médio”, declarou.
Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o discurso de Ghosn foi uma “belíssima aula” para os empresários paranaenses e brasileiros. “Ele nos deixou um recado de que o Brasil tem todo o potencial para crescer, mas para isso precisamos fazer o dever de casa. Essa postura deixa ainda mais claro que o momento é oportuno para que a classe empresarial se mobilize e faça com que o País enfrente de uma vez por todas o desafio de realizar as reformas estruturantes de que tanto precisamos”, disse Campagnolo.
Confira a reportagem em vídeo: