Tamanho do texto 

Enviar
por e-mail
Comunicar
erro
Comentar
Imprimir
O processo de desindustrialização em curso no Brasil decorre, principalmente, de dois fatores: o câmbio supervalorizado e a alta taxa de juros vigente. A análise foi consenso entre os especialistas reunidos na Fiep na última sexta-feira(02) no seminário "A Desindustrialização do Brasil", que teve a participação de grandes nomes da ciência econômica, como o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira, o economista e sociólogo polonês Ignacy Sachs, além dos economistas Nelson Marconi, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP); José Oreiro Costa, da Universidade de Brasília (UnB), e Gilmar Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
"Perdemos para a China, não porque as empresas deles são mais eficientes, mas porque sua taxa de câmbio é muito favorável.", observa Bresser-Pereira. Na sua avaliação, se estas duas questões fossem sanadas, boa parte do problema estaria resolvida. "Não totalmente, pois existe ainda a 'doença holandesa'.", afirma ele referindo-se ao conceito econômico aplicado aos países onde a abundância de recursos naturais leva ao declínio do setor de manufatura.
Infraestrutura - De acordo com os palestrantes, outro fator que mina a competitividade das indústrias brasileiras e eleva de modo geral o chamado "custo Brasil" é a infraestrutura deficiente, que aumenta os custos das operações industriais e de transporte. Para Gilmar Lourenço, do Ipardes, é necessário promover as reformas tributária, fiscal e trabalhista para que seja possível realizar os investimentos necessários nesta área. Na opinião de Bresser-Pereira, infraestrutura é papel do Estado, que deveria ter uma poupança pública maior para poder investir mais neste setor. "É uma área que não é controlada pelo mercado, então não há razão para ficar com o setor privado.", avalia. Leia mais.