Índices otimistas revelam o potencial de crescimento da construção civil em Maringá
Cerca de 40% das famílias maringaenses não possuem casa própria, 50% das moradias são habitadas por mais de 3 pessoas, e o
défict habitacional é de 5 mil domicílios
Maringá deve fechar 2013 com pouco mais de 124 mil domicílios, que abrigam 372 mil habitantes, e tem potencial
para construir em média 1.800 novas moradias por ano até 2017. As informações são do sócio-fundador
da Brain - Inteligência Corporativa, Marcos Kahtalian, que ministrou a palestra “Oportunidades e perspectivas
do mercado imobiliário: cenários e tendências 2014-2015”, em 18 de setembro, em Maringá.
O evento do Sinduscon-NOR/PR e do Sebrae/PR reuniu cerca de 120 pessoas, entre empresários, engenheiros civis,
lideranças e representantes de entidades parceiras do evento, como a Prefeitura Municipal, Associação
de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM) e Conselho de Desenvolvimento de Maringá (Codem).
Marcos Kahtalian, que também atua como consultor empresarial e professor de graduação e pós-graduação,
pontuou que Maringá é uma das cidades do estado com maior volume de pessoas morando de aluguel. No Paraná,
19% das famílias estão nessa condição. Em Curitiba, o índice é de 21% e na Cidade
Canção, 32%. “Se somarmos esses 32% aos 8% de famílias que vivem em moradia cedida, teremos 40%
de famílias maringaenses sem casa própria. Seguramente, o índice aponta oportunidades para a construção
civil, ainda mais se considerarmos que a cidade também se destaca no estado por concentrar grande número de
pessoas pertencentes à Classe C”, afirmou o especialista, informando que 60% das famílias têm renda
média mensal entre R$ 1.500 a R$ 5.000.
No Brasil, 9,9 milhões de famílias querem adquirir imóvel e, nesse ritmo, a perspectiva é
de que ainda haja mais 11 anos de crescimento, embora menos acelerado do que anos anteriores por causa da inflação
e da retração da economia do país. A explicação para esse desenvolvimento contínuo
está no maior volume de crédito imobiliário e no consumo das famílias sustentado por emprego e
renda.
Para Marcos Kahtalian, a informação de que 50% dos domicílios maringaenses são habitados
por três ou quatro pessoas também é positiva. “Famílias numerosas tendem a se desmembrar
por motivo de casamento dos filhos, por exemplo. Portanto, é mais um item que cria demandas em potencial para o setor
de construção civil que, por ano, já movimenta mais de R$ 1 bilhão no município”,
argumentou.
Outro dado relevante de Maringá é o déficit habitacional de 5 mil domicílios e, por isso,
há demanda por projetos para moradia popular. No Paraná, o déficit chega a 260 mil domicílios,
o que corresponde a 1.300 empreendimentos com 200 unidades cada para sanar o problema.
Maringá também vivencia um período de mudança estrutural e, aos poucos, perde a fama de cidade
horizontal. O motivo é a chegada dos apartamentos, que já correspondem a 20% do total de domicílios.
“Isso acontece por causa do preço dos terrenos, que está cada vez mais caro e deve continuar subindo de
valor por causa da grande procura. Mesmo assim, a tendência abre oportunidades na cidade”, frisou.
Em relação à mão de obra, o especialista disse que continuará em falta por causa dos
baixos índices de desemprego no Brasil, que giram em torno de 5,6% e, em Maringá, 4%. “A alternativa será
ganhar produtividade com a construção industrializada, porque além de ter menos gente disponível
para trabalhar, a tendência é de aumentar os salários”, alertou.
Avaliações
O coordenador estadual da Construção Civil do Sebrae/PR, Edison Charavara, observou que o fato de Maringá
ser uma cidade nova e moderna não tem significativa necessidade de reformas, mas sim de construção de
novos empreendimentos. “Nesse contexto, a nossa função é tornar pública informações
relevantes do setor que auxiliem os empresários a tomarem decisões assertivas para projetos futuros.”
O consultor do Sebrae/PR, Joversi Luiz de Rezende, enfatizou que a informação é uma ferramenta estratégica
para qualquer empresário porque define os rumos dos negócios. “Empreender é um desafio constante
e, por isso, planejamento e investimento precisam estar embasados em dados consistentes e em análises aprofundadas
para ser possível aproveitar as oportunidades”, acrescentou.