SINDIMETAL SUDOESTE

Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pato Branco

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Empreendedores da região estão preocupados com a baixa competitividade das indústrias

Investimento em países vizinhos tem sido uma alternativa para os insatisfeitos

A baixa competitividade das indústrias no cenário internacional vem sendo alvo de debates de empresários do sudoeste paranaense. As discussões são lideradas pelo coordenador regional e vice-presidente da Fiep, Cláudio Petrycoski. “Acompanhamos alguns debates em reuniões comandadas pelo presidente da Fiep, Edson Campagnolo, e resolvemos pesquisar para saber se os empreendedores da região têm o mesmo sentimento, algo que se confirmou em dois encontros que realizamos”, afirma.

Segundo Petrycoski, as indústrias se deparam com a escassez de mão de obra, o que pode ser um entrave para o desenvolvimento industrial. Dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam queda de aproximadamente 15% na produtividade nacional nos últimos 30 anos, enquanto países como China tiveram acréscimos superiores a 800%, o que a longo prazo poderá ter fortes impactos em exportações e na capacidade do Brasil de ofertar produtos de alto valor para o exterior.

Durante os encontros, foram apresentadas pesquisas sobre a produtividade. Um trabalhador brasileiro, por exemplo, gera em média 22 mil dólares de riqueza anual, já o americano gera aproximadamente 100 mil dólares, ou seja, são necessários cinco profissionais no Brasil para gerar a riqueza de um norte-americano. Há ainda outras nacionalidades que apresentam níveis altos de produtividade em poucas horas de trabalho. “Talvez, neste caso, estejam presentes aspectos como cultura e foco na atividade”, comenta o presidente do Sindimetal Sudoeste, Evandro Néri.

Uma publicação da revista Economist, de maio de 2014, mostrou o valor adquirido por hora trabalhada em 2013. A pesquisa trouxe os seguintes dados: o Chile arrecadou 20,80 dólares, a Argentina 13,90 e Brasil apenas 10,80 dólares. O artigo faz uma relação entre produtividade e qualidade do ensino evidenciando a deficiência da educação. Para mudar este cenário, a indústria tem um papel importante, pois pode, através de ações governamentais, investir em seus trabalhadores e incentiva-los a fazer cursos. 

Menina dos olhos

O Paraguai passa a despertar o olhar dos empreendedores, já que os custos de produção são mais baixos. A energia elétrica, um dos custos que mais pesam no orçamento de quem empreende, chega a ser 63% mais barata que no Brasil. A mão de obra, que também tem espaço expressivo na formação de custos das indústrias, apresenta em salários no Paraguai valores entre 15% e 20% mais baixo e os encargos são extremante atraentes ficando em 16,5%, enquanto no Brasil em empresas de maior porte beiram os 97%.

Cláudio La Treille, presidente do Sinvespar (Sindicato do Vestuário do Sudoeste do Paraná), diz que o governo paraguaio tem alto interesse em atrair empreendedores tal a quantidade de jovens e adultos desempregados, altamente elevada. Uma realidade que se reflete na atitude de quem trabalha. A empresa japonesa Fujikura, instalada há mais de dois anos e meio na Zona Franca de Ciudad del Leste, tem o menor índice de faltas ao trabalho entre as 84 fábricas do grupo no mundo e os trabalhadores, segundo ela, apresentam comportamento exemplar.

O empresário Antônio Froza, que atua na produção de panelas em alumínio, diz que no Paraguai existem significativas facilidades, inclusive para a exportação a outros países, o que o torna ainda mais atrativo. Valdir Petrycoski diz que tal condição está mobilizando empreendimentos brasileiros no Paraguai e “esta imigração empreendedorista deverá gerar uma reflexão das autoridades públicas nacionais, pois as empresas lá instaladas podem vender, com competitividade, para qualquer lugar do mundo”. Realidade apontada por Valdir que inibiria uma simples elevação tarifária de importações do Paraguai e não impede uma imigração que já começa acontecer.

Cláudio Petrycoski diz que, no momento, a realidade do Brasil é a existência de mais vagas de empregos do que interessados em trabalhar. “Enquanto nada acontece para mudar a situação, empresários estudam formação de condomínios e estratégias de desenvolvimento fora das fronteiras do país, já que os custos de produção são mais baratos, o que é lastimável para todos”, lamenta, evidenciando, inclusive, a possibilidade de ação integrada de grandes e médios empresários da região para investimentos no país vizinho, caso não haja sinalização clara de uma nova política de desoneração.

“O empresário não tem motivos para ficar otimista porque a energia elétrica tende a ficar mais cara, os encargos e responsabilidades sobre mão de obra são crescentes, a insegurança está presente, a infraestrutura de transporte é limitada, a burocracia é intensificada e ainda há carência de gente disposta a trabalhar. São necessárias atitudes e não só palavras, afinal, o empresário brasileiro, infelizmente, não acredita mais em investir no próprio país quando analisa a atual conjuntura”, completa.

O grupo realizará novas reuniões tendo em pauta assuntos como: discussão com líderes políticos com atuação em Brasília, apoio a movimentos da Fiep e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relacionados ao assunto e realização de uma Missão Empresarial para o Paraguai para ver o que já está acontecendo no país no vizinho. “Deste grupo poderão surgir definições marcantes e significativas no sentido de valorização ou abandono gradativo da atividade produtiva nacional”, finaliza Cláudio Petrycoski. 

Por Marcelo Dalle Teze - Assessor de Comunicação do Sindimetal Sudoeste

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