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O novo Código de Mineração ainda traz dificuldades para pequenas empresas que dependem da extração
de minérios. Assim avalia o vice-presidente do Sindilouça, Egon Berg, também presidente do conselho diretor
da Associação Brasileira de Cerâmica.
Segundo Egon, o empreendedor que descobre uma jazida não
recebe estímulos do governo para explorá-la. “Quem encontra a jazida precisa fazer um pedido ao governo
e depois precisa participar de um leilão aberto a outros interessados na exploração. Depois disso, se
ganhar o leilão, a pessoa ainda precisa pagar um bônus ao governo. Todo esse processo então acaba desestimulando
a busca por novas jazidas”.
No setor cerâmico, a busca por novas fontes de matéria prima, próximas
a locais de produção, poderiam baratear uma série de custos para as empresas.
Debate político
Essa
e outras questões sobre novo Código de Mineração foram debatidas no dia 11 de novembro em uma
reunião do Conselho Setorial da Indústria Mineral da Fiep. O encontro contou com a participação
do presidente da Fiep, Edson Campagnolo, e do deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR).
O relatório final do novo Código
de Mineração (projeto de lei 5807/2013) apresentado na Câmara Federal pelo deputado Leonardo Quintão
(PMDB-MG) ainda preocupa os industriais. Na reunião do Conselho Setorial, Sciarra apresentou as principais emendas
ao projeto inicial, que cria o marco regulatório da mineração, a Agência Nacional de Mineração
e o Conselho Nacional de Política Mineral.
Desde o início de sua tramitação no Congresso,
em junho deste ano, a proposta sofreu diversas alterações – que, em geral, agradaram aos empresários
do Paraná. O pagamento de royalties por exploração de mineração foi revisto. Para
a maioria dos minérios da indústria paranaense, o valor da alíquota baixou de 2% – proposto inicialmente
– para 0,5%. “A indústria paranaense perderia sua competitividade com esta mudança, porque teríamos
que repassar este aumento para nossa produção enquanto as grandes mineradoras de outros estados teriam margem
para absorvê-lo”, explicou Claudio Grochowicz, coordenador do Conselho Setorial da Indústria Mineral.
A
proposta de Contribuição Financeira sobre Exploração de Recursos Minerais (CFEM) também
recebeu emenda, que reduziu o valor da contribuição para pequenas e médias empresas do setor. Outra importante
mudança ao projeto original foi a extensão do prazo do regime de autorização de exploração
de lavra, que aumentou de 10 para 30 anos – atendendo a uma reivindicação de mineradoras de todo o Brasil.
“O
projeto, no entanto, ainda deixa algumas questões abertas. Não sabemos, por exemplo, como as lavras em operação
vão funcionar. Isso não está explícito para o setor”, explicou Geraldo Majella, geólogo,
advogado e membro do Conselho. O capítulo de encargos financeiros do titular dos direitos de mineração
também preocupa o setor. “Além da CFEM, está prevista uma taxa de fiscalização
anual por processo com concessão de lavra ou autorização de lavra – entre R$ 5 mil e R$ 40 mil,
distante da realidade financeira da indústria mineral paranaense, composta majoritariamente por pequenas e médias
empresas (85%). Além disso, as multas ficaram extremamente altas, entre R$ 10 mil e R$ 100 mil”, ponderou o advogado.
No
encontro, Edson Campagnolo reiterou a importância da união entre setor produtivo e o parlamentar, pelo
desenvolvimento do Paraná. “As alianças nos fortalecem e nos permitem ir além, pela defesa dos
interesses dos paranaenses. O Sciarra tem sido um grande parceiro da indústria brasileira no Congresso. Agora, precisamos
buscar alianças com federações de outros estados para que as pequenas e médias mineradoras –
que são maioria no país – sejam protegidas de desigualdades”, defendeu Campagnolo.