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23/05/2014

AT&T poderá desafiar grupos de telefonia no Brasil após compra da DirecTV

TIM e GVT são vistas por analistas como possíveis alvos da operadora norte-americana

Após adquirir a empresa de TV paga DirecTV e aumentar sua presença no Brasil, a operadora norte-americana AT&T deverá oferecer no mercado brasileiro no longo prazo serviços de banda larga fixa e internet móvel, desafiando grupos de telefonia já estabelecidos no país.

Para analistas e especialistas ouvidos pela Reuters, a AT&T surge com força, inclusive, como potencial interessada em comprar a TIM Participações ou a GVT, caso uma dessas companhias seja colocada à venda por seu controlador, a Telecom Italia e o grupo francês Vivendi, respectivamente.

No último domingo, a AT&T anunciou proposta de compra da DirecTV nos Estados Unidos por US$ 48,5 bilhões. Caso seja aprovada pelas autoridades regulatórias, a AT&T passará a ser dona da companhia que no Brasil detém 93% da Sky, maior fornecedora de TV por satélite do país.

"A TV por assinatura é ponto de entrada importante, mas é muito difícil de se sustentar sozinho. É necessário verticalizar serviços", afirmou o analista Lucas Marins, da corretora Ativa.

Para Marins, a aquisição da DirecTV fará a AT&T entrar no mercado de telecomunicações brasileiro "pela porta da frente", em um segmento de forte crescimento. Números da Anatel mostram que somente em abril houve adição de 170 mil novas assinaturas de TV paga no país.

O analista aposta que a AT&T não se contentará em ficar apenas no mercado de televisão por assinatura, realizando incursões no segmento de banda larga fixa e até eventualmente na telefonia móvel.

Uma fonte próxima ao setor de telecomunicações que não quis se identificar concorda com essa avaliação. Segundo a fonte, a AT&T deverá seguir os concorrentes e oferecer pacotes de serviços que incluam banda larga fixa para poder crescer no mercado.

"A Sky é uma empresa com foco só em TV paga, tendo dificuldade maior para vender pacotes", declarou. "Com a junção de AT&T e Sky/DirecTV, surge uma empresa com capacidade de oferecer serviços mais diversificados", disse a fonte, lembrando que atualmente a atuação da AT&T no Brasil é limitada a clientes corporativos.

O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, avalia que qualquer ação da AT&T no sentido de ampliar sua presença no mercado brasileiro só deve acontecer após a consolidação de seus negócios com os da DirecTV nos EUA, o que pode levar de dois a três anos.

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de abril, a Sky/DirecTV é vice-líder no setor de TV paga no Brasil, com participação de 29,66% e 5,51 milhões de assinantes. Em primeiro lugar está a mexicana Telmex (Claro/Embratel/Net), com fatia de 53,58%, ou 9,95 milhões de clientes.

Possíveis alvos

Especialistas trabalham com a possibilidade de a AT&T ter participação ativa no processo de consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro.

Meses atrás, houve muita especulação no mercado a respeito de uma venda da TIM Participações, após a espanhola Telefónica, dona da Vivo, fechar acordo para assumir indiretamente e gradualmente o controle da Telecom Italia. Isso teria implicações concorrenciais no Brasil, já que a Telefónica ficaria no comando de duas operadoras móveis no país.

Analistas até apontaram destinos possíveis para a TIM: a divisão de seus clientes entre Vivo, Claro e Oi ou a entrada de uma nova empresa no Brasil que compraria a empresa, opção que seria mais desejada pelo governo.

Com um negócio no Brasil voltado ao consumidor final através da DirecTV, a AT&T é colocada agora como uma possível compradora da TIM em caso de venda da companhia.

"A AT&T não vai se contentar somente com uma fatia do mercado, deve expandir os serviços no Brasil, incluindo banda larga, serviços de telefonia fixa. Podendo também expandir para telefonia móvel, entrando talvez (nesse mercado) por meio da TIM", disse Marins, da Ativa.

O presidente da consultoria Teleco lembra também da GVT, mencionando que em 2013 a DirecTV estava buscando comprar a operadora da Vivendi no Brasil, mas as conversas não avançaram porque os franceses consideraram as ofertas pelo ativo muito baixas.

"A empresa (DirecTV) não tinha cacife na época. Agora poderá ter interesse no futuro, caso GVT e TIM sejam colocadas à venda. Mas esses não serão planos imediatos", afirmou Tude.

Procurada pela Reuters, a AT&T não se manifestou sobre seus planos no Brasil. A DirecTV também não se posicionou.

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