Empresários argentinos da companhia petrolífera Repsol, uma das dez maiores
empresas energéticas do mundo e a maior companhia privada do setor na América Latina, visitaram nesta quarta-feira
(7) os portos de Paranaguá e Antonina. A intenção é instalar no Paraná uma fábrica
de plataformas de petróleo que atenda a Petrobrás na exploração do petróleo em alto mar,
além da criação de um porto naval para reparo de navios e rebocadores.
A localização
geográfica e a infraestrutura do terminal portuário de Antonina foram destacadas pelo grupo como “extremamente
favoráveis para o desenvolvimento dos projetos”. Segundo o gerente de fábrica da Repsol, Ariel Pozzi,
uma avaliação detalhada das características gerais do porto paranaense será feita nos próximos
meses e as considerações iniciais são bastante positivas. “Estamos animados para fechar esta parceria
e aproveitar todo o potencial que foi apresentado”, afirma Pozzi.
Estimativas da companhia apontam que,
somente na fábrica de plataformas petrolíferas, sejam gerados 700 empregos diretos. “É uma atividade
de longo prazo, para a produção de navios plataformas que atuam em alto mar na retirada de petróleo da
camada pré-sal”, disse o diretor da empresa Bueno Engenharia, Avelino Bueno, que acompanha o grupo argentino.
Segundo
o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mario Lobo Filho, a fábrica
deve criar benefícios para a comunidade local. “Calcula-se que para cada emprego direto são criados, em
média, até três empregos indiretos. Além disso, é necessário que a mão de
obra contratada seja especializada, o que significa melhores rendimentos e mais recursos dos setores público e privado
para qualificação profissional”.
Para o diretor empresarial da Appa, João Batista dos Santos,
que iniciou as conversas com a companhia sul-americana, os impactos na economia serão positivos para todo o estado.
“Além de benefícios para toda a comunidade do Litoral, a vinda desta gigante no setor de energia garante
investimentos em tecnologia, logística e infraestrutura. Sem contar que gera receitas importantes que podem ser revertidas
em saúde, educação e no bem estar dos paranaenses”, destaca.
PRÉ-SAL- de acordo
com a Petrobras, “o Pré-Sal na Geologia do Petróleo no Brasil é de uma unidade de rocha reservatório
de composição calcária ligada a ações microbianas (os microbiolitos), posicionada sob espessa
camada de sal localizada na porção distal das bacias de Santos e Campos; subjacentes a ela estão as rochas
geradoras, folhelhos ricos em matéria orgânica acumulados na fase lacustre. A camada de sal funciona com um selo.
Tem-se neste caso, um exemplo ideal para a acumulação de óleo e gás natural, com o contato direto
da rocha geradora com reservatório e este recoberto por sal, um dos selos eficientes”.
Para explorar a
camada Pré-Sal, o Brasil usa o modelo de concessão, pelo qual promove um leilão inicial e a empresa concessionária
que vencê-lo torna-se proprietária da reserva de petróleo e/ou gás natural. Neste caso, as empresas
têm de pagar bônus e royalties. Atualmente, os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo
recebem a maioria destas receitas.
Fonte: AENOTICIAS, 08/07/2010