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Institutos SENAI de Inovação revolucionam forma de inovar no Brasil

Publicado em 20/06/2017

Institutos também aproximam soluções para inserir o setor produtivo nacional na Indústria 4.0

Fonte: Portal da Indústria

Enquanto se deslocam em voos comerciais ou particulares, os passageiros nem imaginam que uma intensa comunicação pode ocorrer entre equipamentos, componentes e até parafusos da aeronave. Por meio de chips, as peças “falam” entre si, ao emitir e guardar informações preciosas sobre seu funcionamento. Esse é um dos projetos de vanguarda desenvolvidos no Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção instalado no campus integrado SENAI-Cimatec em Salvador. O centro sedia três dos 25 institutos de pesquisa aplicada que compõem a rede nacional montada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que revoluciona a forma de inovar no Brasil.

O uso de chips em peças e produtos é uma das ferramentas da Indústria 4.0, termo utilizado para definir o uso de tecnologias digitais no processo produtivo, cada vez mais automatizado. Com os dados de equipamentos implantados em peças de aeronaves, é possível aumentar a segurança e diminuir custos com manutenção. É o caso do projeto, desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Conformação e União de Materiais, de prendedores inteligentes (que ligam a estrutura das aeronaves). Neles são instalados sensores que ajudam a verificar se há fissuras difíceis de serem detectadas pelo olho humano. “Atualmente, as aeronaves ficam paradas semanas em manutenção para que partes sejam desmontadas para verificação de eventuais trincas. Com o equipamento, vai ser possível fazer esse tipo de checagem em dois minutos”, explica o diretor do instituto, Dr. Rodrigo Santiago Coelho.

Soluções voltadas à indústria do futuro com tecnologia de vanguarda são especialidades dos Institutos SENAI de Inovação. Nos centros, é comum se ver rodeado por robôs de todos os portes, capazes de fazer funções quase humanas, como os manipuladores, que agarram e movem objetos, os autônomos, que tomam decisões por conta própria, ou os colaborativos, inteligentes a ponto de parar de trabalhar caso haja risco de machucar um ser humano. Atualmente, mais de um milhão de robôs manipuladores já estão instalados nas indústrias ao redor do mundo e a previsão é que esse número aumente exponencialmente com a difusão da tecnologia.

No SENAI - Cimatec também está instalado o Yemoja, o segundo maior supercomputador em funcionamento da América Latina, utilizado em pesquisas e cálculos matemáticos complexos que podem ajudar, por exemplo, na exploração de petróleo na camada pré-sal. “O SENAI-Cimatec nunca diz não a um desafio. O que não fizermos internamente, buscamos parceiros nacionais e internacionais. Se pode ser feito no mundo, pode ser feito em nossos laboratórios”, explica o diretor de Tecnologia e Inovação do SENAI-Cimatec, Leone Andrade. Um desses projetos de nível internacional é o Flatfish, robô autônomo desenvolvido em parceria com a petroleira Shell para inspeção de estruturas de exploração de petróleo no fundo do mar (mais detalhes em outra reportagem).

Sinal Verde – Outra área essencial para as empresas interessadas em se inserir na era da Manufatura Avançada é a Informática, que também passou a fazer parte da rotina da maioria das pessoas em todo o mundo. Com um aplicativo criado no Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias da Informação e Comunicação, localizado no Recife, é possível até fugir dos sinais vermelhos em uma avenida. O app fornece informações ao condutor de um veículo sobre a velocidade que deve ser mantida para o motorista pegar “uma onda verde”, evitando semáforos vermelhos.

O projeto foi feito em parceria com o Grupo Serttel, companhia especializada em mobilidade urbana e transportes sustentáveis. “O aplicativo pode ser muito útil a veículos como ambulâncias, bombeiros, ônibus coletivos e até para a segurança dos motoristas que dirigem de madrugada, por exemplo, e querem evitar os semáforos vermelhos”, explica o diretor do instituto, Dr. Sérgio Soares. “Além disso, o aplicativo emite informações e pode ajudar a empresa responsável pelos semáforos a tornar o trânsito mais fluido”, completa.

A inovação pode ainda ajudar a aumentar a performance e o conforto de veículos e tornar-se um diferencial no transporte de cargas. Pesquisadores do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis, em conjunto com funcionários da empresa Offlimits, desenvolveram um sistema que permite a regulagem de carga dos amortecedores enquanto o veículo está em movimento. Com um controle remoto sem fio e display com tela LCD, é possível fazer um ajuste preciso e eficiente dos amortecedores para diversos tipos de terrenos.

Realidade Virtual - O futuro também já é realidade no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais da Produção, no Rio de Janeiro, especializado em elaborar novos produtos e propor soluções com uso de tecnologias como realidade virtual e aumentada – que virou mania, por exemplo, com o jogo Pokemon Go. Com equipamentos como óculos 3D, luvas que reproduzem a sensação do toque em diferentes superfícies, scanners e softwares para simulações virtuais, é possível desenvolver soluções para a indústria que podem poupar recursos e garantir maior segurança aos trabalhadores. O instituto idealizou, por exemplo, um simulador para treinamento em segurança do trabalho que acelera o aprendizado. Além de aumentar a produtividade das empresas, reduzir custos e aumentar a segurança o trabalho, a tecnologia da Indústria 4.0 pode ser usada ainda em políticas públicas de saúde destinadas a salvar vidas.

Um dispositivo eletrônico está sendo desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Microeletrônica, sediado em Manaus, em parceria com a Fiocruz para detectar cinco doenças tropicais. Os protótipos do equipamento, que utiliza testes rápidos de sangue, já estão em fase experimental.   “A metodologia escolhida permite realizar ensaios em quatro horas com um equipamento portátil e de baixo custo, comparado com equipamentos de laboratório tradicionais”, explica o diretor do instituto, Dr. José Roberto Casarini. “Os métodos mais tradicionais de detecção de doenças tropicais levam uma semana para emitir o resultado”. Por seu baixo custo, os módulos do equipamento poderiam ser usados, por exemplo, em postos de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

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