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Cresce número de empresas que buscam crédito para capital de giro

Publicado em 17/04/2017

Em 2015, 10% das indústrias procuravam o financiamento, em 2016 foram 30%

Fonte: Agência Fiep

Reflexo do momento econômico pelo qual passa o país, a busca por linhas de financiamento para o setor produtivo apresentou mudança entre os anos de 2015 e 2016.  Em 2015, apenas 10% das indústrias buscavam linhas de crédito para capital de giro. No ano seguinte, o percentual passou a 30%. Por outro lado, a procura por linhas para realizar reformas e ou ampliar instalações representava, em 2015, 30% dos atendimentos realizados. Na comparação com 2016, o índice baixou para 15%. O mesmo aconteceu com o capital destinado para a aquisição de máquinas e equipamentos que de 25% passou a 15%. A busca por crédito para inovação e por meio do cartão BNDES se manteve estável, com 10% e 20% dos atendimentos, respectivamente. {Veja no infográfico}

clique para ampliarInfográfico (Foto: Agência Fiep)


Os dados foram consolidados pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e consideram mais de 500 atendimentos realizados para orientar os industriais para a busca das linhas mais adequadas ao seu perfil e necessidade.O gerente de economia, Desenvolvimento e Fomento da Fiep, Marcelo Percicotti, acredita que no primeiro semestre de 2015, quando a busca por reformas e para aquisição de máquinas somavam 55% dos atendimentos, ainda havia uma propensão do industrial a investir.  “Já em 2016, a procura pelo crédito para ampliar as instalações ou a capacidade produtiva corresponderam a 30% dos atendimentos. Os dados mostram que o industrial, em função da instabilidade no ambiente de negócios, recuou os investimentos. Com a acentuação da crise, a receita diminui, os custos continuaram os mesmos e a demanda por giro aumentou consideravelmente”, analisa.

Crédito para oxigenar os negócios

O financiamento quando utilizado com critério impulsiona a atividade produtiva. A Fiasul Indústria de Fios, com sede em Toledo, no Oeste do Paraná, soube fazer isso e o crédito foi a diferença entre manter-se no mercado e fechar as portas. “Dificilmente conseguiríamos continuar ativos sem o acesso ao financiamento”, afirma Rainer Zielasko, CEO da empresa, que produz fios de algodão para a indústria de confecção.  Ele conta que em 2014 uma das duas unidades fabris foi destruída por um incêndio.

“Vínhamos numa curva ascendente de produção e emprego nos últimos 20 anos, mas após o incêndio atravessamos um período muito complicado”, lembra. Segundo o executivo, as consequências da destruição da fábrica foram agravadas pela retração da demanda, motivada pela crise, e pelo aumento do custo da produção, devido à elevação do preço da energia elétrica. “2015 foi o mais recessivo dos últimos anos para o setor têxtil”, lembra.

Embora o seguro tenha coberto 90% do prejuízo provocado pelo incêndio, a Fiasul precisava recorrer ao crédito para buscar os outros 10% e para capital de giro. “Neste momento percebemos os bancos comerciais mais reticentes, mas algumas instituições financeiras continuaram acreditando na Fiasul e a Fomento Paraná foi uma delas. A agência financiou R$ 5 milhões, via BNDES, para a aquisição de máquinas e equipamentos e outros R$ 3 milhões para capital de giro”, conta Zielasko.

Segundo o executivo, além de carência de seis meses, o prazo para pagamento mais alongado, de 60 meses e a taxa de juro menor, de 9,26% ao ano, são diferenciais importantes desta linha de crédito. “Se fosse em banco comercial, não haveria carência, o prazo seria de, no máximo, 36 meses e o juro de cerca de 19% ao ano”, compara.

Após a reconstrução da fábrica e o acesso ao crédito, a Fiasul, que já era a maior indústria de fiação do Paraná, passa a ser a mais moderna da América Latina. As máquinas, de última geração, importadas da Alemanha para completar a unidade fabril chegam em setembro e, com isso, ainda este ano a empresa volta a trabalhar em três turnos, com a contratação de 20 novos trabalhadores e uma elevação de cerca de 30% na produção. “Passaremos a contar com 620 colaboradores e a produzir 1,6 mil toneladas de fio por mês”, informa Zielasko, ressaltando que o acesso ao crédito é fundamental para a atividade industrial.

Grupo de Trabalho Competitividade, da Articulação da Rota Metal-mecânica, mantém este tema em suas discussões. O GT recebeu em 11 de abril, a equipe do Núcleo de Acesso ao Crédito – NAC Fiep e da Fomento Paraná, que trouxeram informações sobre acesso ao crédito, capital de Giro e outras oportunidades de fomento.

Inovar sempre

Diante da dificuldade para contratar mão de obra para movimentação de produtos, a Cimentart – indústria de pré-moldados de concretos com sede em São José dos Pinhais – viu a necessidade de criar uma paletizadora automática. Na época, no mercado nacional não existia nenhum produto similar. Mas era preciso conseguir uma linha de financiamento para isso. “Tivemos acesso a um recurso para inovação. Nós inovamos e criamos o nosso próprio equipamento”, conta o sócio-diretor José Nilton Fonseca Santos.

O equipamento é utilizado na indústria para a movimentação dos produtos desde 2016. O crédito tornou possível a fabricação. E trouxe também uma surpresa positiva para a Cimentart. “Procuramos recurso para fabricar o equipamento, mas quando soube mais sobre a linha de financiamento, descobri que uma parcela era para capital de giro. Isso acaba um sendo também um atrativo para as indústrias inovarem”, avalia do sócio-diretor da empresa.

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