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Ensino técnico avança no país, mas cai no Paraná

Publicado em 02/06/2014

Dados do Censo 2013 pegaram analistas de surpresa. Alguns levantam a hipótese de que o estado possa já ter atendido à demanda pela modalidade

O ensino técnico do país está em ascensão. Desde 2010, a modalidade cresceu 26,3% no Brasil, chegando a 1,4 milhão de matrículas no ano passado, conforme dados do Censo da Educação 2013. O Paraná, no entanto, parece não acompanhar a tendência. A mesma pesquisa aponta queda de 1,59% nas matrículas de 2012 para 2013, e um crescimento modesto, de apenas 0,47%, quando considerados os dados desde 2010. O resultado negativo, no entanto, é relativizado por analistas. Para alguns, o fraco desempenho se deve ao fato de que o estado já havia atendido à demanda antes dos outros, e que agora teria chegado a um “teto”.

Os números também foram recebidos com estranheza pelas principais instituições promotoras dessa modalidade de ensino no Paraná, que alegam crescimento, e não queda nas matrículas. Para justificar os dados, a professora Dione Maria Menz, coordenadora do setor de política e educação profissional da Universidade Federal do Paraná (UFPR), resgata o histórico do estado na oferta de ensino técnico. Segundo ela, diferentemente de outros estados, o Paraná nunca interrompeu completamente a oferta de educação profissional na rede pública. “Temos um histórico de ofertar cursos técnicos há muito tempo, de forma contínua, enquanto em outros estados o ensino técnico esteve em declínio e só foi resgatado em meados de 2008”.

Dione refere-se, principalmente, à antiga Escola Técnica da UFPR, que manteve a oferta de educação profissional mesmo após a adoção de políticas restritivas à modalidade por parte do governo federal no fim da década de 1990. Na época, o Ministério da Educação emitiu regulamentações incentivando o ensino médio comum, em detrimento dos cursos técnicos. Assim, segundo Dione, o que estaria ocorrendo no Paraná é uma estabilização das ofertas, que eram suficientes e foram ampliadas pelos novos programas federais. A hipótese explicaria porque o Paraná aparece com discrição diante do crescimento significativo de outros estados, como o de Santa Catarina, por exemplo, onde houve 77% de aumento nas matrículas.

Rede estadual

Um aspecto que contribui na relativização do declínio apontado pelos dados é o crescimento no número de matrículas na educação profissional oferecida pelas escolas estaduais, onde estão mais da metade dos estudantes que optam pela modalidade (65%) no Paraná. De acordo com Fabiana Campos, diretora do departamento de educação e trabalho da Secretaria de Estado da Educação, de 2010 a 2013 a rede cresceu 10,6% em número de matrículas, e passou de 170 municípios atendidos para 186. Ela conta que a retomada dos investimentos na educação técnica no estado teve início em 2005, antes da expansão dos institutos federais de educação profissional, criados em 2008, o que teria permitido ao estado crescer em oferta antes dos demais.

Pequenas escolas ainda carecem de qualidade

Segundo o professor Adriano Rodrigues de Moraes, vice-diretor do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR, apesar dos crescentes investimentos no ensino técnico por parte da rede federal, as pequenas instituições profissionalizantes ainda carecem de qualidade. “As escolas de periferia ainda são relegadas a um papel de sub-formação, onde o estudante não vê perspectiva de futuro”, afirma.

Para Moraes, a necessidade de cursos ligados à tecnologia ainda não foi completamente suprida justamente por causa da diferença de estruturas no setor. Como esses cursos dependem da montagem de laboratórios e equipamentos, tendem a ser ofertados por escolas técnicas vinculadas a grandes instituições.

A recente inauguração da Escola Técnica da Universidade Positivo é um exemplo dessa tendência. A instituição iniciou as atividades neste ano, motivada, principalmente, pelo Sisutec, que subsidia cursos gratuitos, mediante bolsas integrais pagas pelo governo federal. “Lançamos o ensino técnico de nível médio em função desse programa. Além disso, já contávamos com toda estrutura da universidade que, muitas vezes, ficava ociosa no período da tarde”, informa Ronaldo Casagrande, diretor-geral do Centro Tecnológico Positivo.

A mão de obra técnica é um dos assuntos abordados pelo Grupo de Trabalho – Gestão e Formação de RH da Articulção da Rota Estratégica do Setor Metal-mecânico previsto na visão 3 – Excelência em formação e gestão de RH para o Setor Metal-mecânico. O próximo encontro deste grupo acontecerá no dia 23/07/2014 no Campus da Indústria. Mais informações pelo telefone 41 3641-7646 ou pelo e-mail observatorios.rota.metalmecanica@fiepr.org.br

Conheça a Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense – Roadmapping de Metal Mêcanica (FrenteVerso).

Fonte: Gazeta do Povo / Jônatas Dias Lima

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