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Publicado em 14/05/2014
As empresas brasileiras de comércio de sucata ferrosa, uma das principais matérias-primas usadas na produção de aço, vendem mensalmente cerca de 300 mil toneladas do produto, adquirido junto às indústrias, ferros-velhos e cooperativas de catadores. Esse volume é negociado quase totalmente no mercado interno: 57% das empresas comercializam apenas no mercado nacional e 43% delas tanto internamente como no exterior.
Os dados fazem parte do estudo inédito "Painel de Indicadores Setoriais para o Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa", elaborado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferro e Aço (Inesfa).
Os associados do Inesfa são responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no País. Perto de 10% das empresas analisadas respondem por cerca de 65% do total das receitas do setor. Em valores brutos, essa receita é de R$ 1,34 bilhão por ano.
Segundo o economista Gesner Oliveira, ex-presidente do Conselho Administrativo e Defesa Econômica (Cade), professor da FGV e um dos autores do levantamento, ainda existe muito desconhecimento sobre a importância do segmento de sucata para a economia do país. "O setor garante renda a 1,5 milhão de pessoas, desde a coleta, seleção, preparação, até a distribuição de materiais metálicos. Desse grupo, de 600 mil a 800 mil são catadores, independentes ou reunidos em cooperativas e associações. Pouco mais de 5.000 empresas realizam o comércio da matéria-prima", afirma ele.
Ainda de acordo com Gesner Oliveira, a divulgação do estudo busca uma conscientização mais ampla da sociedade sobre a importância do setor, bem como compartilhar conhecimento para a formulação de novas medidas de política pública e o aprimoramento das atuais.
Hoje, a participação da sucata na produção de aço bruto no Brasil oscila entre 26% e 28%, bem abaixo da média mundial, de cerca de 45%. No exterior, a sucata é tratada como commodity, com cotação internacional, e é negociada com valores de 30% a 40% mais altos do que no Brasil. Conforme o Inesfa, o País exporta atualmente apenas 3,5% do volume da sucata consumida no mercado interno. As exportações representam menos de 0,01% do total mundial.
Os principais países exportadores de sucata são Estados Unidos (22,1%), Alemanha (8,9%), Holanda (5,2%), Reino Unido (7,0%) e Japão (4,9%). Juntos, os cinco países respondem por quase 50% das exportações mundiais de sucata, de acordo com o Instituto.
Ganhos no setor ambiental
O uso da sucata apresenta importantes vantagens ambientais. A utilização nos fornos da siderurgia acarreta menor consumo de energia e combustível; gera menores emissões de gás carbônico, óxidos de enxofre e nitrogênio, monóxido de carbono e material particulado; diminui a geração de resíduos, como escória e refratário; economiza espaço em aterros, o que aumenta a vida útil, atendendo à Política Nacional de Resíduos Sólidos; e contribui para um melhor aproveitamento de energia, água e matérias-primas.
Fonte: Assessoria de Imprensa Inesfa / ABM Brasil
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