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Desafios para o desenvolvimento da indústria de renováveis.

Publicado em 10/06/2015

Ao apresentar um panorama conjuntural da matriz energética brasileira, durante palestra no 6ª Seminário Energia + Limpa, o professor da COPPE/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, foi categórico: há muito para se desenvolver na indústria energética nacional, sobretudo, no setor das renováveis. Para Pinguelli, a escalada dos custos de produção, a importação de derivados e as dificuldades financeiras da Petrobrás e da Eletrobrás são alguns dos principais fatores que motivam a mudança do cenário atual. “As principais fontes da nossa matriz não são sustentáveis, tampouco eficientes. Por isso, acredito nas alternativas, como a energia eólica, principalmente se considerarmos a sazonalidade das fontes, e a solar, que tem grande potencial de distribuição”, observou.

Os desafios na qualificação profissional no setor de renováveis foi tema do painel moderado pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ricardo Rüther, e que reuniu o diretor regional do Senai/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, e a reitora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Maria Clara Kaschn Schneider. De acordo com Maria Clara, é fundamental atuar por meio do ensino, pesquisa e extensão alinhados ao setor produtivo e às reais demandas do mercado. Para a reitora, a cadeia produtiva do setor de renováveis ainda é muito nova e, por isso, deve-se investir nos mecanismos voltados à educação continuada para capacitar professores em diferentes níveis e modalidades. “No Brasil, cursos específicos nessa área ainda são muito recentes, mas acredito devam ser focados na transversalidade, com um currículo mais amplo e interdisciplinar”.

Para o diretor regional do Senai, entre os desafios da capacitação no setor, está a compreensão do próprio conceito de sustentabilidade. Segundo Gomes, trata-se de uma definição muito complexa, tendo em vista que envolve questões sociais, econômicas e ambientais. “Acredito que as metodologias ativas, que preveem a inserção dos estudantes como principais agentes responsáveis pela aprendizagem, podem ser um caminho. Devemos investir também em uma formação global, com atuação local. Ou seja, ter certo nível de especialização, mas contar principalmente com uma formação básica sólida e mais universal”, defende.

Tropicalização e integração latino-americana

Junto à capacitação, os especialistas reunidos no Seminário, realizado na FIESC, colocaram o desenvolvimento da indústria nacional no mercado de renováveis como um dos principais impulsionadores deste mercado. O painel moderado pelo presidente da Câmara de Energia da FIESC, Otmar Josef Müller, contou com a participação da gerente do Departamento de Credenciamento de Máquinas, Equipamentos e Sistemas do BNDES, Adriane Helena Rodrigues; do coordenador geral de Biotecnologia, Energia e Tecnologias da Informação e Comunicação da Secretaria de Inovação do MDIC, Luciano Cunha de Sousa; do chefe de vendas do Grupo Weg, Harry Schmelzer Neto e do diretor presidente da SCGás, Cósme Pôlese.

De acordo com Adriane, o desenvolvimento da energia solar no Brasil deve ocorrer de forma semelhante ao da eólica, formando um ciclo virtuoso de fomento à indústria, sendo que consolidação de uma cadeia de fornecimento deve ser uma das prioridades. Para Sousa, a criação de um mercado neste setor ocorre de forma mais lenta, pois, diferente do que ocorre em outras indústrias, o mercado de energia é caracterizado por forte controle do governo. “É preciso haver sensibilização sobre a importância da indústria energética no contexto industrial como um todo, é um trabalho de longo prazo, sem dúvidas”, disse. Já Schmelzer Neto defendeu uma mudança de pensamento sobre a comercialização da energia, principalmente no formato dos leilões. Ele acredita que, com o anúncio de novos leilões, é possível prever um boom na produção de renováveis, o que significaria uma oportunidade de expansão para a indústria local.

A evolução da cadeia de biogás também ganhou destaque no debate. O diretor presidente da SCGás salientou a importância de tropicalizar modelos e tecnologias estrangeiras, além de definir políticas de apoio e estímulo à cadeia de biogás. “Em Santa Catarina, o potencial de geração com biometano é tão grande que, com o investimento adequado em infraestrutura para distribuição, poderíamos encerrar de vez a importação de gás no estado. Devemos lançar em breve um edital para aquisição de biometano”, anunciou.

Informação de: Instituto Ideal

 

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