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Carros elétricos, os possíveis responsáveis pela próxima crise do petróleo

Publicado em 08/03/2017

FONTE: www.yahoo.com



Não é de hoje que as inovações tecnológicas aquecem o mercado e levantam questões sobre o que vai entrar ou não no hall da obsolescência. Mas a discussão sobre os carros elétricos vai um pouco além, já que envolve sistemas complexos, como os setores mundiais de energia e transporte, que não são lineares.

De acordo com o relatório da Think Tank’ Carbon Tracker em co-autoria com o Instituto Grantham, ambos sediados em Londres, a queda dos custos dos veículos elétricos e da tecnologia solar poderia frear o crescimento da demanda global de petróleo e carvão a partir de 2020.

Em 2025, caso o setor dos carros elétricos continue no ritmo de expansão atual, a demanda de petróleo pode cair chegando a dois milhões de barris diários, segundo o relatório, mesmo volume que causou o colapso do mercado petroleiro em 2014.

Ao pensar em um futuro não muito distante, 2035, essa queda poderia se multiplicar por cinco, em um mundo em que os carros elétricos representariam mais de 30% do mercado, prevê o relatório intitulado “O poder disruptivo da tecnologia de baixo carbono”.

“Tomando a história como argumento, é possível afirmar que a próxima crise do petróleo pode ser decorrente do ingresso dos veículos elétricos concorrendo fortemente com os veículos que utilizam combustão fóssil”, prospecta Vagner Ocner Filho, economista, sociólogo e delegado diplomático cívico da Habitat III da ONU.

Diferentes facetas do debate

A discussão sobre veículos elétricos reacende também o debate sobre o crescimento das energias renováveis. Ainda de acordo com o relatório, a energia solar poderia fornecer 23% da geração de energia global em 2040 e 29% até 2050, eliminando completamente o carvão e deixando o gás natural com apenas 1% de participação de mercado. Já a demanda de petróleo poderia ser plana de 2020 para 2030 e em seguida cair continuamente até 2050.

Mas contradizendo a tendência indicada pelo estudo, as companhias petrolíferas apresentam cálculos mais conservadores em relação aos setores de energia e transporte. De acordo com a ExxonMobil, multinacional americana de petróleo e gás, todas as fontes renováveis ​​fornecerão apenas 11% da geração de energia global em 2040.

Já a petroleira britânica BP prevê em seu relatório anual que a demanda de petróleo para combustível para carros continuará crescendo após 2035 e os veículos elétricos representarão apenas 6% da frota global. O que se aproxima das prospecções da Agência Internacional da Energia (AIE), que prevê ritmo de crescimento de 8% da frota mundial de veículos elétricos em 2040, mas contraria o estudo da Bloomberg New Energy Finance, que antevê cota de mercado de 22% para o setor em 2035.

“Veículos elétricos e energia solar são game-changers que a indústria de combustíveis fósseis consistentemente subestima”, diz em anunciamento Luke Sussams, pesquisador sênior da Carbon Tracker.

Sussams explica as previsões de seu estudo de acordo com o cálculo de que a partir de 2020 os veículos elétricos serão mais baratos que os de combustão fóssil. O modelo de cálculo da Carbon Tracker também não conta com obstáculos que possam impedir o desenvolvimento do setor, como a escassez de estações de recarregamento.

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