Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

Gastos com energia fazem Indústrias buscar refúgios no Paraguai e nos EUA

Publicado em 19/05/2014

Tributação menor e sobras da hidrelétrica de Itaipu são as vantagens oferecidas pelo governo paraguaio.

A participação dos produtos industriais importados nas prateleiras do comércio brasileiro alcançou, no primeiro trimestre deste ano, um novo recorde de 22,5% do total. Apesar do avanço da concorrência de fora, sobretudo a asiática, o maior desafio para as fábricas instaladas em território nacional está no ambiente doméstico, representado pela disparada dos custos para produzir no país, com destaque para a eletricidade. O mais novo choque para a indústria, que sofre com a perda constante de competitividade, já está levando empresas a transferir suas linhas de produção para o exterior, para fugir do alto preço do megawatt/hora (MWh), enquanto grandes indústrias autogeradoras do insumo preferem produzir menos e priorizar o ganho proveniente da venda de energia no mercado à vista.

Na linha de frente na disputa pelas indústrias brasileiras está o Paraguai. Sócio do Brasil na maior usina da América Latina, a hidrelétrica de Itaipu, o país vizinho só usa 5% do que é gerado por ela. Os outros 45% a que tem direito são vendidos para o próprio Brasil suprir a crescente demanda. Com o gargalo do setor elétrico se agravando, o Paraguai está atraindo indústrias nacionais apenas com o apelo da energia da usina binacional como moeda de troca.

Na avaliação de Walter Fróes, da CMU Comercializadora de Energia, se o Paraguai se organizar, vai roubar muitas indústrias brasileiras. "Um cliente meu já levou seu parque industrial para o país vizinho. Lá ele paga US$ 36 o MWh (cerca de R$ 80), e tem apenas 12% de Imposto de Valor Agregado (IVA). No Brasil, hoje, o MWh está em R$ 822,83 no mercado livre e os encargos passam de 40%", sublinha Fróes. Esse cenário, estima o analista, vai se agravar. "Outro país que está atraindo indústrias de todo o mundo, inclusive brasileiras, é os Estados Unidos por conta da disponibilidade de gás de xisto na Pensilvânia.

Para Rafael Herzberg, sócio da consultoria Interact Energia, a indústria está num impasse, não reconhecido pelo governo. "As empresas estão cogitando se transferir para o Paraguai por causa da crise de energia no Brasil, que o governo não reconhece. Da minha carteira de clientes, um foi para o México e outro para o Leste Europeu", revela. Os industriais fecharam duas unidades completas de produção no país por conta do alto custo de produzir no Brasil. Ambas mantiveram aqui apenas centros de distribuição. "O pior é que não existe percepção dos órgãos públicos para buscar uma solução para essa distorção. O governo prefere ignorar o problema e está afugentando a indústria. Os empresários passaram a considerar ambientes de negócios menos arriscados do que o Brasil", avalia.

Vocação nova? Enquanto a maioria das empresas está com dificuldades de produzir no país e muitas já pensam em fugir do território nacional, as grandes indústrias autogeradoras estão trocando sua vocação. "O mercado siderúrgico, por exemplo, está muito ruim. Vale mais a pena vender energia. Mas é uma distorção completa", analisa Fróes, da CMU, referindo-se aos R$ 75 milhões a mais que a Usiminas embolsou no início do ano ao optar por vender energia.

A siderúgica informou no seu balanço do primeiro trimestre os ganhos ampliados com a venda de energia. A empresa, contudo, nega que tenha reduzido produção. O vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, Rômel de Souza, explica que a demanda da Usiminas por energia é de 400 MW médios. "A perspectiva de comercializar energia, depende do mercado. Enquanto for atrativo gerarmos mais, vamos continuar. Quando não compensar, vamos reduzir a produção das nossas térmicas", diz.

O presidente da Usiminas, Julián Eguren, reconhece que a empresa não pretende fazer mais investimentos além dos projetos normais de manutenção. Mas esclarece que a empresa não pode perder espaço no mercado, apostando apenas na venda de energia. "Temos relacionamentos de longo prazo com clientes. E temos que mantê-los. A venda de energia é oportuna, mas não vamos trocar nossa vocação", assegura.

A maior cimenteira do país, do grupo Votorantim, também correu para o atrativo mercado de energia. O excedente da empresa é suficiente para que ela figure seguidamente nos leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No último pregão, a companhia vendeu 327 MW, 16% de toda a oferta disponível. A venda renderá ao grupo R$ 4,4 bilhões nos próximos cinco anos. A assessoria da empresa não informa se a produção foi reduzida ou não. Em nota, diz apenas: "A Votorantim Energia é responsável pela gestão de energia para as empresas do Grupo Votorantim e terceiros. Como parte desse processo, sempre que houver excedente, essa energia é oferecida ao sistema interligado, incluindo os períodos de paradas técnicas para manutenção das diversas operações industriais".

Informação de: Eco Finanças

 

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube