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Status de área livre da febre aftosa sem vacinação ampliará investimentos no Paraná

Publicado em 11/06/2015

clique para ampliarclique para ampliarReconhecimento do Paraná como livre de  febre aftosa sem vacinação trará investimentos da iniciativa privada (Foto: Divulgação)

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, voltou à Assembléia Legislativa, em Curitiba, na segunda-feira (01/06) para defender a opção do Paraná em avançar com o serviço de defesa sanitária sobre a pecuária do Estado e obter o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação. Nesta segunda audiência pública, Ortigara alertou que se o Estado recuar agora terá prejuízos irreversíveis.

Pela importância do tema para a economia paranaense, a audiência pública teve a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, e de muitos parlamentares. A presença maciça de deputados estaduais superou a que foi constatada na primeira audiência realizada em 11 de maio.

O secretário ressaltou os benefícios para o Estado, com a consolidação de vários investimentos da iniciativa privada. Na avaliação de Ortigara houve avanços importantes no entendimento das entidades que representam produtores e cooperativas, “chegando a quase um consenso”.

Há preocupação por parte de algumas sociedades rurais e de parte do Sindicato da Indústria de Carnes (Sindicarnes) em relação ao fechamento de fronteiras. “O problema se restringe a administrar as exceções que vão permitir o trânsito de cargas com animais e produtos”, disse o secretário.

O deputado Anibeli Neto, que presidiu a audiência, determinou a formação de uma comissão permanente para discussão do tema.

INVESTIMENTOS
Só as cooperativas planejam desengavetar investimentos da ordem de R$ 1,35 bilhão, sendo R$ 700 milhões em frigoríficos de abate de suínos; R$ 500 milhões em frigoríficos de abate de aves e R$ 150 milhões na área de bovinos de corte e leite.

A Frimesa, uma grande central cooperativa de Medianeira, Oeste do Estado, projeta construir um abatedouro com capacidade de abate de 14 mil suínos por dia. Isso representa mais do que o dobro da capacidade atual do frigorífico que abate 6.500 suínos por dia. “Porém esse projeto está atrelado à conquista desse novo status sanitário”, condicionou Valter Vanzela, presidente da central cooperativa. Segundo ele, a empresa não consegue acessar 70% do mercado mundial de suínos, em países que valorizam mais esse tipo de produto, porque o Paraná não tem o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação.

Outro projeto das cooperativas Capal, Batavo e Castrolanda, nos Campos Gerais, prevê elevar a capacidade de abate de 1.400 suínos para 4.000 animais por dia para atender o aumento da demanda que virá com a conquista do novo status.

Um estudo de viabilidade econômica feito pela Universidade de Brasília, sobre a condução desse processo no Paraná, apresentado pelo acadêmico Jorge Madeira Nogueira, aponta que a taxa de retorno dos investimentos que forem feitos para execução desta estratégia será de, no mínimo, 10%

De acordo com o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS) Jacir José Doriva, o setor vislumbra acessar mercados que pagam US$ 6 mil a tonelada de carne suína, quando o Estado conquistar o novo status sanitário. Ele listou países como Japão, Estados Unidos, China, Coréia do Sul, México e Indonésia entre os mercados que pagam bem pela carne suína, desde que sejam de áreas livres de febre aftosa sem vacinação.

PROCESSO
Recentemente, o Governo do Paraná fez o pedido formal ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para iniciar o processo para obter o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2017.

Até lá o ministério deve analisar as condições técnicas do Estado, se elas estão de acordo com os critérios definidos pela entidade internacional, fazer uma sorologia no rebanho paranaense, suspender a vacinação que está prevista para novembro e, de posse dos resultados, enviar o pedido para a OIE no próximo ano.

O plano nacional de erradicação da febre aftosa no País prevê o fechamento das fronteiras do Paraná com Mato Grosso do Sul e São Paulo, considerados área livre de febre aftosa com vacinação. Não poderá haver circulação do transporte de animais e produtos de origem animal vindos de outros Estados, operação que terá controle elevado por parte dos serviços de fiscalização da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar). “Haverá exceções que serão discutidas”, disse o diretor presidente da entidade Inácio Afonso Kroetz.

“Ocorre que outros Estados que fazem fronteira com o Paraná, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, ainda não manifestaram interesse em seguir com esse processo e, o Paraná poderá perder muito na área de investimentos”, disse o secretário Ortigara.


Com informações de AEN.

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