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Técnicos analisam se a doença língua azul em ovinos pode se alastrar no Rio

Publicado em 08/08/2013

Diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura descarta possibilidade de surto da doença
clique para ampliar>clique para ampliarVeterinários que estudam a doença acreditam que a língua azul é endêmica em grande parte do país, mas é subnotificada (Foto: Canal Rural)

Doença incomum no Brasil, a língua azul, que ataca gados ruminantes, sobretudo ovelhas, pode se alastrar no estado do Rio e prejudicar o setor de ovinos. O alerta foi feito por veterinários da Universidade Federal Fluminense (UFF), que detectaram o vírus em fevereiro em uma fazenda em Vassouras, área rural do sul fluminense, que matou ovelhas leiteiras e cordeiros e causou sequelas em vários animais. O caso foi comunicado à Defesa Sanitária Animal (DSA), da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A propriedade rural foi interditada pela DSA. Segundo o pesquisador Mário Balaro, do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Caprinos e Ovinos (Gepeco) da UFF e um dos responsáveis pelo diagnóstico, a medida não é suficiente para evitar um surto.

“É importante a adoção de procedimentos para controle epidemiológico. Apresentamos um plano de contingência baseado em planos internacionais às autoridades, mas ainda não obtivemos resposta”, comentou.

Segundo Balaro, veterinários que estudam a doença acreditam que a língua azul é endêmica em grande parte do país, mas é subnotificada. Os sintomas podem ser confundidos com o de outras enfermidades, como verminose e pneumonia.

Na Europa e nos Estados Unidos, a doença causou perdas enormes: a solução encontrada foi a vacinação dos ovinos. Nos Estados Unidos, segundo ele, as perdas em razão do vírus já chegaram a cerca de US$ 3 bilhões por ano, sobretudo, pela queda drástica na produção de leite das ovelhas doentes e pela redução do crescimento e engorda dos cordeiros, além da morte dos animais. O Brasil não produz a vacina e ainda não autoriza a importação da mesma que vem da Europa.

De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, o caso em Vassouras está sendo monitorado pelas autoridades competentes, mas é pontual e não pode ser considerado um surto.

“Todas as propriedades de onde saíram animais para essa propriedade foco e que venderam animais dessa propriedade foco foram monitoradas, inclusive em outros estados, e não foi detectada nenhuma ocorrência da doença. Nas propriedades próximas também foram feitos estudos e nada foi detectado que justifique uma medida emergencial”, declarou.

O representante do ministério convocou reunião nesta quarta-feira (7) com especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e professores universitários para discutir estratégias de monitoramento da língua azul. “Não é nenhum caso de surto, mas estamos nos antecipando para darmos a dimensão devida do problema e não aumentar a dimensão do caso como me parece que está ocorrendo, que não se justifica,”.

Marques disse ainda que o sorotipo 4, encontrado em Vassouras, não causa altos níveis de mortalidade e que os casos da doença no país não justificam a produção ou a importação da vacina que contém o vírus vivo atenuado. “Não se trata de doença que cause alto impacto econômico ao ponto de ter que lançar mão de uma vacina que pode causar problema de segurança. Ainda é preciso de mais pesquisas para saber a real eficácia e segurança delas”.

Casos anteriores de língua azul são registrados pontualmente no Brasil desde 1978. O vírus tem 26 diferentes sorotipos espalhados no mundo e a transmissão ocorre por meio da picada do mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Bois e vacas são considerados hospedeiros do vírus, que pode permanecer no organismo desses animais por até quatro meses. Um dos sintomas mais evidentes da doença é o inchaço da língua que ganha coloração azulada. Outros sintomas que se manifestam são febre alta, lesões nos lábios, salivação e secreção nasal excessivas, vermelhidão na pele, face inchada e perda de apetite.

Um grupo de veterinários da UFF, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pretende fazer um levantamento sorológico no estado e mapear as zonas de risco e as zonas endêmicas da doença.

“Faremos na primavera e no verão quando há maior incidência dos mosquitos. Vamos tentar verificar em que localidades está presente o mosquito-pólvora e se há riscos de as ovelhas de adoecerem”, comentou.

Informações de Agência Brasil.

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