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Publicado em 16/03/2012
Uma terapia que utiliza células-tronco adultas de cordão umbilical humano conseguiu estender a vida de camundongos com esclerose lateral amiotrófica (ELA). O estudo, divulgado na revista científica PLoS One, contou com uma coautora brasileira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Os pesquisadores já têm planos de testar o tratamento em humanos.
Os cientistas utilizaram camundongos transgênicos. Os animais carregavam um gene humano defeituoso que causa a ELA. Na realidade, o gene provoca apenas 5% dos casos da doença em humanos. Ainda não há explicação para os demais.
Com 13 semanas, o camundongo transgênico começa a ficar paralítico. O quadro evolui de forma inexorável até a 17.ª semana, quando o roedor morre. Os pesquisadores utilizaram cerca de 120 animais na experiência, divididos em quatro grupos. O primeiro recebeu apenas injeções de soro fisiológico. Os demais receberam células-tronco adultas retiradas de cordão umbilical humano. Para evitar rejeição, os cientistas administraram também um imunossupressor.
Dois grupos foram tratados depois do aparecimento da doença, na 13.ª semana - um deles com uma dose baixa de células e outro com uma dose alta. O último grupo foi tratado na 9.ª semana - portanto, antes do aparecimento da ELA -, com uma solução de poucas células.
Os animais foram submetidos a testes de coordenação motora e força. Os cientistas perceberam que a qualidade e o tempo de vida dos camundongos que receberam as células aumentou significativamente, de modo especial nos grupos tratados antes do aparecimento da doença ou com uma grande quantidade de células. Alguns chegaram a 22 semanas de vida.
A pesquisadora enumera quatro hipóteses principais para explicar a ação das células-tronco adultas. A primeira é a ação anti-inflamatória que a terapia pode exercer ao modular a reação do sistema imunológico.
As células injetadas também podem secretar fatores que promovem o crescimento de vasos sanguíneos. Substâncias neurotróficas - ou seja, que protegem os neurônios - devem ser produzidas pelas mesmas células.
Por fim, também há a hipótese de que elas promovem reparos na barreira hematoencefálica, que protege o cérebro.
Fonte: As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, Jornal Estadão e Revista Exame.
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