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Estudo desvenda estratégia de árvores para proteger DNA

Publicado em 19/07/2017

Na tentativa de descobrir se, à medida que as árvores envelhecem, haveria um acúmulo de mutações que pudesse afetar o vigor dessas plantas, cientistas decidiram analisar o DNA de um carvalho que vive há 234 anos no campus da Universidade de Lausanne, na Suíça. Nesse período, o exemplar do gênero Quercus enfrentou tempestades meteorológicas e também políticas, como o momento em que as tropas de Napoleão passaram pela cidade, em 1800. A árvore frondosa não só resistiu a tudo isso, como virou um marco local.

Os pesquisadores resolveram, então, fazer um sequenciamento do genoma desse carvalho centenário, para verificar se havia diferenças genéticas significativas entre os ramos mais antigos, localizados na parte inferior da árvore, e os mais jovens, no alto. O resultado observado foi que o DNA da espécie sofreu poucas mutações em mais de 200 anos, sobretudo se for considerado o número de divisões celulares que ocorreram entre os ramos inferiores e superiores nesse intervalo.

Isso porque, cada vez que uma célula se divide, podem ocorrer mutações em decorrência de erros cometidos no processo de multiplicação do DNA. Os animais, por exemplo, protegem suas células reprodutivas desses erros, isolando-as no estágio inicial do desenvolvimento. Essas células da chamada linha germinal seguem um caminho diferente e têm uma baixa taxa de divisão. Nas plantas, o mecanismo é diferente: o conjunto de células que dá origem às partes reprodutivas das flores também gera caules e folhas, razão pela qual estudiosos achavam que as células-tronco das árvores acumulariam muitas alterações – o que não se confirmou.

Ao todo, a pesquisa – liderada pelo biólogo de plantas Philippe Reymond e publicada em junho na revista “Nature” – identificou apenas um tipo de modificação genética, em uma única letra na sequência do genoma. “Se você acumulasse cada vez mais mutações, acabaria morrendo de um colapso mutacional”, explica a bióloga do desenvolvimento Cris Kuhlemeier, da Universidade de Berna. Esse trabalho, portanto, oferece evidências de que as plantas são capazes de proteger suas células-tronco de alterações. Segundo os cientistas, essa prática pode ser útil para manter a saúde e a vida por centenas de anos.

 

Fonte: “Nature”, junho de 2017 / CIB

 

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