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Renault pensa em novas parcerias e mira Fiat Chrysler

Publicado em 29/03/2019

A Renault quer retomar as discussões de fusão com a Nissan em 12 meses e depois comprar outra montadora, sendo a Fiat Chrysler um dos alvos preferidos. A informação foi dada ontem por várias fontes a par dos planos da companhia francesa.

Os planos fazem parte da nova estratégia adotada após a prisão em Tóquio de Carlos Ghosn, o ex-presidente-executivo da Renault e presidente do conselho de administração da Nissan, em novembro, por irregularidades financeiras. Ele nega todas as acusações.

Os lados francês e japonês já disseram publicamente que seu foco agora está em fazer a aliança funcionar bem, antes de reformular a estrutura de capital.

No entanto, a criação recente de um novo conselho da aliança, presidido pelo chairman da Renault, Jean-Dominique Senard, melhorou a confiança no avanço dos planos de fusão, segundo fontes familiarizadas com o pensamento dos dois lados.

A companhia combinada tentaria então fazer uma nova aquisição que daria uma maior massa aos negócios, para lutar pelo domínio global com a Volkswagen e a Toyota, por exemplo. Duas fontes a par do assunto disseram que Ghosn discutiu uma fusão da Renault com a Fiat Chrysler (FCA) há dois ou três anos, mas a proposta não seguiu adiante por causa da oposição do governo francês. Essas negociações não haviam sido divulgadas.

A própria FCA vem buscando de maneira intensiva uma parceria ou uma fusão. O chairman John Elkann já se reunido com várias concorrentes, como a PSA da França, para sondar possível acordo para fortalecer a montadora. É possível que a FCA já esteja fundida a outro grupo quando a Renault e a Nissan resolverem seus problemas, disse uma fonte próxima da aliança.

Embora seja uma montadora de escala média, com uma produção de 5 milhões de veículos por ano, a FCA, que controla as marcas Jeep e Alfa Romeo, ainda seria um alvo bem caro, com valor de mercado de mais de ? 20 bilhões. Renault, Nissan e o terceiro membro da aliança, a Mitsubishi, possuem um valor de mercado combinado de mais de ? 50 bilhões.

À parte sua consolidação, Renault, Nissan e Mitsubishi também pretendem anunciar novo plano estratégico já no fim deste ano, que abandonaria metas existentes para ampliar as vendas combinadas para 14 milhões de veículos até 2022, segundo um executivo de alto escalão da aliança.

As metas de sinergia para chegar a economias combinadas de ? 10 bilhões até 2022 também serão "deixadas de lado" como parte da reorganização, segundo disseram as fontes. Como parte da revisão, as duas companhias também deverão reformular seus conselhos, com a Nissan aumentando o número de diretores externos e a Renault reduzindo o tamanho de seu conselho.

Há apenas três semanas, os executivos-chefes da Renault, Nissan e Mitsubishi apareceram juntos em público e tentaram pôr uma pedra em meses de crise, prometendo uma parceria baseada em colaborações em que todos os lados sairão ganhando.

Mas a intenção da Renault é reiniciar as discussões "o mais cedo possível", segundo duas fontes próximas da empresa, o que mostra que a companhia está levando a sério a ideia de pressionar por mudanças permanentes na aliança, que comemorou seu vigésimo aniversário ontem.

A pressão pelas negociações começou a ocorrer depois da tentativa de Ghosn, em 2018, de tornar a aliança "irreversível", numa decisão que aumentou as tensões entre Paris e Tóquio e acabou levando à queda de Ghosn, que comandou a companhia por quase 20 anos.

Fontes próximas da Renault e do governo francês disseram que Senard vai liderar a estratégia. "Seu primeiro trabalho foi colocar a casa em ordem", disse uma fonte. "Ele fez isso. Agora, a missão é estabilizar e desenvolver."

A Renault tem 43% da Nissan e o Estado francês 15% na montadora francesa e o dobro das ações com direito a voto.

Fonte: Valor Econômico

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