Publicado em 24/09/2012
Especialistas do ramo comentam que, apesar de o movimento não configurar uma tendência, a diversificação
de produtos pode se intensificar nos próximos anos.
Carlos Storniolo, diretor-geral da Schrader no Brasil, entende
que a abertura de novos mercados será determinante para o sucesso das companhias de autopeças neste período
desfavorável para o setor automotivo.
Ele explica que, a cada cinco ou seis anos, os rumos do mercado mudam, e que apesar das medidas do governo para estimular a venda de veículos novos, o recente incremento na comercialização de automóveis ainda não é confiável. "Estamos entrando no segmento de compressores de ar para que nos próximos anos consigamos absorver as variações do mercado", afirma o executivo.
Storniolo prevê que as receitas do novo mercado devem representar 15% do faturamento da companhia no Brasil até 2017. "É uma estratégia agressiva. Hoje somos completamente dependentes do setor automotivo, o que ocasionou uma quase estagnação da companhia nos últimos cinco anos", afirma.
Caso semelhante é o da Mann, tradicional fabricante de filtros que abre caminho para o tratamento de água para indústrias. A multinacional concluiu a aquisição da Fluid Brasil como parte essencial da estratégia para atuar neste segmento.
Não raro, companhias especializadas no ramo de veículos leves usam sua expertise para trabalhar no segmento de veículos pesados, como caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. O principal exemplo é da Monroe, fabricante de amortecedores, que hoje exerce grande influência no segmento agrícola.
Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PriceWaterhouse Coopers, comenta que é comum no segmento automotivo empresas que migram para outros ramos dentro do próprio setor. "O mais normal é um fabricante de freios de carros começar a produzir para motocicletas. Essas companhias são diversificadas por natureza. Por outro lado, mudar totalmente de segmento ainda é algo recente, mas que está acontecendo", afirma Cioffi.
Fonte: Brasil Econômico
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