Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

Mel de Ortigueira é o primeiro produto do Paraná a receber denominação de origem

Publicado em 03/11/2015

O mel produzido em Ortigueira, na região central do Estado, é o primeiro produto paranaense a receber o registro de Denominação de Origem (DO). A concessão reconhece que as características físico-químicas do produto decorrem das condições botânicas da região, sendo diferenciado do mel produzido nos arredores. O registro consolida a estratégia do Sebrae/PR para o setor do agronegócio, com foco em produtos de diferenciação pela qualidade e tipicidade.

clique para ampliarclique para ampliarIndicação geográfica para mel de Ortigueira consolida estratégia do Sebrae no Paraná (Foto: Divulgação)

O registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para Ortigueira, foi conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em setembro na Revista de Propriedade Industrial (RPI). A conquista é decorrente do Projeto Mel do Município de Ortigueira, iniciativa apoiada pelo Sebrae/PR e parceiros, como a Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Prefeitura de Ortigueira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura.

O registro foi foi entregue à Apomel no dia 30 de Outubro durante o 7º Seminário da Apicultura de Ortigueira e Região.

“Em 2009, quando a proposta começou a ser desenvolvida em Ortigueira, as ações eram mais focadas na qualificação dos apicultores. O desafio era melhorar o processo de fabricação e extração do mel”, relembra o consultor do Sebrae/PR, Fabrício Bianchi. Posteriormente, foram realizadas análises da produção do mel em Ortigueira, no período de 2009 a 2011, para que o processo de produção pudesse ser melhor compreendido, já visando ao pedido junto ao INPI, que inicialmente, era para espécie Indicação de Procedência (IP).

“Como já tinha sido realizada a análise microbiológica, fisioquímica e sensorial do mel, fomos instruídos a buscar o registro de Denominação de Origem. Fizemos o pedido junto ao INPI em maio de 2013 e, um ano após, foram feitas algumas exigências pelo Instituto, que incluíam a apresentação de novos documentos e alguns novos detalhamentos. Todas as exigências foram cumpridas e, recentemente, foi conquistado o registro que garante a origem do mel e onde ele é produzido”, comemora Fabrício Bianchi.

Segundo o consultor do Sebrae/PR, o registro beneficia 45 apicultores de Ortigueira, responsáveis por aproximadamente 90% da produção local. “O processo de identificação geográfica visa não somente a obtenção de um selo. Ele mexe com toda a organização da cadeia produtiva, é um processo de convergência de interesses e de muitas conversas. A partir de agora, o desafio continua sendo grande, pois é necessário que o registro seja resguardado como outras Denominações de Origem que existem no País”, afirma Fabrício Bianchi, que esteve à frente do Projeto Mel do Município de Ortigueira até o final do ano passado.

clique para ampliarclique para ampliarProduto ganha selo ao ser envazado pela Unidade de Beneficiamento do Mel (Foto: Divulgação)

Em 2015, o Projeto foi assumido pelo consultor do Sebrae/PR, Fernando Pizani, que é gestor regional de agronegócio e também destaca a participação e o envolvimento direto do engenheiro-agrônomo Henry Rosa, da Emater; e Wanderley Sartori do Carmo, da Secretaria de Agricultura de Ortigueira, nessa importante conquista. O trabalho, conforme ele, está focado, neste momento, na comercialização do mel, que é o maior desafio para os apicultores do município. Considerado o maior produtor de mel do País, com uma produção de 500 toneladas em 2014, a maior parte da produção de Ortigueira é vendida à granel.

“A ideia é processar e envasar o produto por meio da Unidade de Beneficiamento de Mel, que foi construída pela Apomel, para que o produto receba o selo no rótulo e ganhe mais valor no mercado”, explica o consultor Fernando, ao reforçar que o trabalho também se volta para o mercado internacional. Segundo ele, parte da comercialização do mel produzido em Ortigueira é vendida para empresas que beneficiam o produto e o restante para pessoas que intermediam o processo de venda para empresas. “Nosso objetivo é que o produto seja processado e envasado na Unidade de Beneficiamento do Mel, porque isso vai agregar mais valor ao produto.”

É o que também espera a presidente da Apomel, Ana Mozuski Kutz, que está no comando das atividades há oito anos. “A concessão do registro é a realização de um processo longo e que pode abrir mercado para nossos associados. O envolvimento dos parceiros foi fundamental em todo o processo”, comenta ela, ao citar que uma das ações da Apomel inclui o início das atividades da Unidade de Beneficiamento de Mel, cujos recursos para a obra foram repassados pela Usina Hidrelétrica Mauá, como indenização coletiva aos apicultores que desenvolviam atividades na área do empreendimento.

“Além do valor da indenização, que foi utilizado para a construção da Unidade, conseguimos angariar recursos na ordem de R$ 340 mil através do Projeto ProRural. O montante será utilizado  na aquisição de equipamentos para a Unidade e esperamos  iniciar as atividades o quanto antes”, comemora a presidente da Associação. Além de focar as ações para a comercialização do mel de Ortigueira, o Sebrae/PR mantém, paralelamente, a assistência aos apicultores por meio do Centro de Transferência de Tecnologia, com a realização de cursos e capacitações, visando ao aumento da produtividade e efetividade da produção, com a melhoria do mel extraído.

Diferenciação no mercado

Para o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para o mel de Ortigueira, atribui ao apicultor a diferenciação de mercado. “Cada vez mais o produto será conhecido e reconhecido pelo público consumidor pela sua qualidade e pelo seu diferencial de qualidade. Isso fará com que os pequenos produtores tenham mais renda em longo prazo e, provavelmente, a produção será melhor remunerada no mercado”, comenta Julio Agostini.

Além do projeto em Ortigueira, o Sebrae/PR tem outras frentes de trabalho. Julio Agostini cita o Projeto dos Cafés Especiais, iniciativa do Sebrae/PR, da Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) e parceiros, voltado para elevar a rentabilidade dos produtores por meio de cafés com qualidade diferenciada. O projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro foi a primeira Indicação Geográfica (IG) do Paraná e atua com base em quatro pilares, que são o associativismo, produção, rastreabilidade e mercado.

Dentre os produtos paranaenses que buscam a IG estão a uva de Marialva; o mel do Lago de Itaipu; o melado de Capanema; os queijos de Witmarsum; a goiaba de Carlópolis; a erva-mate de São Mateus do Sul; a farinha de mandioca, a cachaça, os derivados de banana e o barreado, estes do litoral paranaense. “São projetos desenvolvidos para valorizar os produtos junto ao mercado fazendo com que os pequenos produtores tenham mais renda e mais qualidade de vida”, explica Agostini.

Já o gerente regional do Sebrae/PR no centro do Estado, Joel Franzim Junior, acredita que a obtenção do registro torna o Paraná referência nacional. “O registro é muito importante para a nossa região, pois mostra que com trabalho bem orientado, com um grupo de empresários dispostos a investir e parceiros comprometidos, é possível ter um novo posicionamento no mercado, incrementando a competitividade e o faturamento. Com o registro, o Sebrae/PR em uma nova fase do projeto, focando firmemente nas questões mercadológicas”, conclui.

Há seis anos na atividade, o apicultor Roberto Vilevski já planeja dobrar o volume de colmeias visando aumentar o leque de clientes. Para ele, o trabalho desenvolvido pelos parceiros envolvidos no Projeto Mel do Município de Ortigueira foi fundamental para assimilar novas técnicas da profissão. “Tivemos muitos profissionais nos acompanhando nos últimos anos, o que foi muito importante para o nosso aprendizado. Esperamos que mais avanços ocorram para a apicultura com a obtenção do registro”, diz.

Mais notoriedade

Para Andreia Claudino, coordenadora estadual de Agronegócios, Alimentos e Bebidas do Sebrae/PR, a obtenção do registro de Denominação de Origem do Mel de Ortigueira posiciona o Paraná como um importante ‘ator’, não somente em produção, mas em história e notoriedade. “O registro demonstra que o Estado, na localidade de Ortigueira, tem um ambiente favorável para a produção do mel, com características genuínas. Isso faz com que tenhamos um posicionamento diferenciado na cadeia produtiva”, explica.
O desafio, a partir da obtenção do registro, conforme Andreia Claudino, é focar as ações na área de marketing e no acesso ao mercado. “A obtenção de registros e certificações são formas de agregar valor a determinados produtos. É uma maneira de apoiar e promover os pequenos negócios rurais para que eles consigam ter diferenciação e acessar o mercado de maneira única e particular”, reforça.

A prefeita de Ortigueira, Lourdes Banach, também enaltece o resultado da obtenção do registro. “Estamos investindo e apoiando projetos que reflitam no desenvolvimento local. Certamente, Ortigueira terá destaque nacional e internacional dentro da cadeia produtiva. É um avanço e nos dá ainda mais ânimo para continuarmos investindo no Município”, comemora.

Andreia Claudino é uma das integrantes do Grupo de Articulação da Rota Agroalimentar  - Internacionalização, Selo de Origem e Imagem de Marca, o qual discute ações relacionadas a esta temática visando alavancar produtos das Indústrias Agroalimentares Paranaenses.

Fonte: Prefeitura Municipal de OrtigueiraAg. Sebrae de Notícias e G1 -Campos Gerais e Sul

Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube