Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

Dia Estadual do Celíaco é comemorado com debate sobre os direitos de quem tem a doença

Publicado em 01/06/2018

O terceiro encontro aconteceu na Assembleia Legislativa do Paraná

O III Encontro do Dia Estadual do Celíaco aconteceu na manhã do dia 18 de maio no Plenarinho da Assembleia Legislativa Paraná completamente lotado. A iniciativa do evento foi da deputada Claudia Pereira (PSC), autora da lei que instituiu a data oficial no estado e de outras propostas referentes à área. Os convidados e demais participantes foram recebidos com um café da manhã à base de produtos sem glúten, seguindo-se um ciclo de palestras sobre os 20 anos da Associação dos Celíacos do Paraná (ACELPAR), os direitos do portador da doença, o diagnóstico e o tratamento hoje disponível, que consiste em dieta livre de cereais como trigo, cevada. aveia, centeio e malte. Farinha de milho, de arroz e de mandioca são exemplos de produtos que não contém a proteína.

Estima-se que uma em cada 200 pessoas no mundo todo apresente o distúrbio, mais frequente nas mulheres e descrito como uma reação exagerada do sistema imunológico à ingestão de glúten, proteína encontrada em vários cereais. De origem genética, ela pode provocar diarreia, anemia, perda de peso, osteoporose, câncer e até déficit de crescimento em crianças. O corpo de quem apresenta o problema não produz enzima responsável pela quebra do glúten, fazendo com que a proteína não seja adequadamente processada. O sistema imune, então, reage ao acúmulo e ataca a mucosa do intestino delgado, causando lesões e comprometendo o funcionamento do órgão.

O diagnóstico não é tão simples e inclui exames de sangue e biópsia do intestino delgado. A doença se apresenta em várias gradações, em qualquer idade, e não existe cura conhecida para ela, apenas prevenção, por meio de dieta apropriada.

Palestras ? A médica gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, doutora em Medicina Fellow do Colégio Americano de Gastroenterologia e uma das fundadoras da ACELPAR, fez um histórico da instituição e suas conquistas ao longo de vinte anos, que conferem ao Paraná uma posição pioneira no enfrentamento da doença. Para ela, é imprescindível garantir que a população receba informações sobre o tema e sobre onde encontrar apoio e assistência. Com esse objetivo, a associação divulga boletins e integra grupos de estudos em doenças do sistema digestório.

A professora de Direito da PUC/PR, Karina da Silva Magatão, falou sobre os direitos dos celíacos, frisando que sua vulnerabilidade obriga o Estado a viabilizar políticas públicas de proteção. Explicou que a segurança alimentar é uma busca crescente no mundo e estimulou as pessoas a buscarem seus direitos, principalmente por meio de ações coletivas através de órgãos como a ACELPAR, o PROCON e o Ministério Público, e informou que uma cartilha explicativa está sendo elaborada no âmbito da universidade e deverá ser editada em breve.

As legislações federal e estadual já garantem aos celíacos a rotulagem adequada de produtos industrializados, espaços específicos em supermercados para produtos sem glúten, informações sobre a composição dos alimentos em cardápios de bares, lanchonetes e restaurantes, fornecimento de merenda escolar adequada e no Paraná o "Selo Sem Glúten" para estabelecimentos seguros para celíacos. Somadas ao que preveem o Código de Defesa do Consumidor e a Constituição Federal, todas essas leis vêm garantir aos celíacos não apenas o direito à saúde, mas também a igualdade em sociedade, como explica a professora de Direito do Consumidor, Karina da Silva Matagão.

Impossibilitada de comparecer pessoalmente ao evento desta sexta-feira no Legislativo estadual, a diretora do Procon/PR, Claudia Silvano, gravou um vídeo que foi exibido durante o encontro, respondendo a uma série de dúvidas mais frequentes sobre os direitos dos portadores da doença celíaca.

A médica gastroenterologista Danielle de Castro Kiatkoski abordou os sintomas, o diagnóstico e o tratamento da doença celíaca, destacando que a doença não tem cura e que enzimas para digerir o glúten não protegem o celíaco. Chamou a atenção também para a contaminação cruzada - uso de utensílios e locais utilizados anteriormente para processar alimentos com glúten - e para o fato de que a dieta sem glúten não é moda nem opção, é indispensável para proteger a vida e a saúde dos celíacos.

Também participaram do encontro a presidente da Associação dos Celíacos do Brasil, Solange Nascimento; a representante do Conselho Regional de Nutricionistas, Marcia Regina Messagi; a presidente da Associação dos Celíacos Kids, Sophia Cendofante Sezerino; a professora do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Paraná, Cíbele Pereira Kopruszynski; e, representando a Itaipu Binacional, Marcos Tom Ramos.

A Acelpar é integrante ativa da Articulação da Rota Agroalimentar e participante do Roadmap Agroalimentar 2031 que contempla uma visão de futuro para o Paraná como "Referência no desenvolvimento de alimentos funcionais e para fins especiais". (Saiba mais)

A equipe técnica do Observatório esteve acompanhando o evento, Veja aqui a transmissão do evento realizada no Facebook da Assembleia Legislativa do Paraná.

Fonte: Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Kharina Guimarães.

Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube