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Com investimento de R$ 1 bilhão, indústria paranaense do trigo evolui e torna-se referência no Brasil

Publicado em 03/07/2017

As informações constam da versão atualizada do Panorama Setorial da Indústria do Trigo, lançado no dia 26 de junho pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Sindicato da Indústria do Trigo (Sinditrigo).

O custo da matéria-prima, a carga tributária elevada e a concorrência internacional são as principais preocupações dos empresários da cadeia produtiva da triticultura no Paraná. Apesar destas dificuldades, o setor tem avançado. Os industriais do setor investiram R$ 1 bilhão nos últimos 10 anos e a indústria do trigo paranaense tornou-se referência em todo o Brasil. Os investimentos, no entanto, foram direcionados mais ao processo produtivo e menos em inovação e lançamento de novos produtos, onde há espaço para mais avanços. As informações constam da versão atualizada do Panorama Setorial da Indústria do Trigo, lançado no dia 26 de junho pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Sindicato da Indústria do Trigo (Sinditrigo).

“A queda na atividade econômica que afetou, em maior ou menor grau, todos os segmentos, não poupou a cadeia produtiva do trigo. O setor tem inúmeros desafios a serem superados e o Panorama Setorial traz informações relevantes para auxiliar no planejamento de estratégias, na tomada de decisões e na implantação de ações que impulsionem os negócios do setor”, disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. “Este estudo é muito representativo porque foi construído não apenas com base em dados de organismos oficiais, mas também com informações coletadas juntos aos industriais”, disse Reinaldo Tockus, superintendente da Fiep, durante o lançamento. “Esperamos que este estudo seja um instrumento de direcionamento para toda a cadeia produtiva do setor e que possa fazer diferença em seus negócios”, frisou.

clique para ampliar (Foto: Divulgação/Fiep)

“O Paraná tem vocação e tradição em moagem de trigo e produção de farinha. A tecnologia no campo também evoluiu muito nos últimos anos, o que nos permite produzir vários tipos de farinha com muita qualidade e para diversas finalidades, como varejo, panificação e indústria de massas e biscoitos”, destacou Daniel Kümmel, presidente do Sinditrigo. Segundo ele, a farinha de trigo produzida no Paraná está presente hoje em pelo menos 15 estados brasileiros. “A produção e a participação do Paraná no Brasil pode crescer porque nossa capacidade instalada permite ainda um aumento de 20% na moagem”, disse.

O presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Marcelo Vosnika, destacou a importância da união do setor. Segundo ele, não existe uma empresa sozinha obtendo êxito e colhendo resultados se uma indústria não estiver bem. Vosnika defendeu a atração de investimentos para a instalação de indústrias dos demais segmentos da cadeia produtiva para o Paraná.   “Hoje exportamos praticamente toda a farinha que produzimos para os estados do Sudeste que a transformam em produtos com maior valor agregado, como massas e biscoitos. Podemos atrair estas indústrias para o Paraná e agregar valor à produção dentro de nosso Estado”, disse.

De acordo com dados da Fiep, a cadeia industrial do trigo reúne 1.461 estabelecimentos industriais no Paraná que geram 23.712 empregos. Nestes números estão representados os moinhos que transformam o trigo em farinha e as indústrias que processam a farinha e a transformam em pães, biscoitos e massas.

Rodrigo Boaventura, diretor da Infasa Indústria de farinha, de Santa Tereza do Oeste, acompanhou o lançamento da segunda edição do Panorama Setorial da Indústria do Trigo e disse que o estudo atualizado vai contribuir para avaliar os resultados dos investimentos feitos pelo setor nos últimos anos. “O setor investiu bastante nos últimos anos e agora precisamos avaliar os reflexos disso”, disse. Ele aponta como gargalos do setor a falta de crédito especialmente para capital de giro e o elevado custo do pedágio que prejudica a competitividade da indústria paranaense. “A  indústria do trigo precisa manter estoques elevados, o que gera um custo significativo”, pontuou.

Produtividade alta – O engenheiro agrônomo, doutor em Administração e especialista em cadeias de valor do agronegócio, e diretor da consultoria Agroicone, André Nassar, fez um comparativo da produtividade da indústria paranaense com a média nacional. Segundo ele, o Paraná é mais produtivo. “No Paraná, cada trabalhador da indústria moageira gera R$ 800 milhões de receita ao ano, enquanto na média brasileira esta receita é de R$ 650 milhões por trabalhador”, comparou. Mesmo assim, para Nassar, que já foi secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, ainda há espaço para melhorar a produtividade e a automação, com ganho de escala na indústria.

Nassar disse que um fator limitante para a indústria de farinha é a disponibilidade do trigo e hoje o produtor rural precisa ser incentivado a optar por esta lavoura. “O trigo é uma cultura de alto risco e, por isso, o produtor precisa ter acesso ao seguro rural”, enfatizou. Segundo ele, o Paraná chegou ao limite em termos de área agricultável. “São 9 milhões de hectares cultivados e isso não deve aumentar. Portanto, o preço do produto e a política agrícola serão fatores decisivos para o produtor escolher qual lavoura vai cultivar”. De acordo com Nassar, tanto para o produtor rural quanto para a indústria do setor seria muito interessante que tivesse mais disponibilidade de crédito e seguro para a lavoura do trigo. “Se o produtor rural tivesse acesso ao seguro agrícola e ao crédito para plantar trigo teria menos propensão a buscar outras lavouras”, disse. “A verdade é que os bancos estão fugindo do financiamento desta lavoura. Não sabemos ao certo se é pelo fato de ser uma lavoura de risco ou se pelo fato de o crédito estar mesmo muito escasso”, pontuou.

Confira as fotos da cobertura aqui:

https://www.flickr.com/photos/sistemafiep/albums/72157685440055286

Fonte: Agência Fiep

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