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A evolução da embalagem na conservação dos alimentos cárneos

Publicado em 12/06/2017

Hoje, as embalagens têm o objetivo de ser porta-voz da marca e da empresa fabricante

Desde a pré-história, o homem enfrenta o desafio de encontrar o alimento para sua sobrevivência; o desafio se tornava pequeno frente à enorme alegria vivida ao encontrá-lo. Entretanto, essa alegria logo dava lugar à preocupação de transportar e então armazenar o alimento para um consumo posterior. Ou seja, existia uma necessidade a ser suprida e acredita-se ser este o nascimento da embalagem.

Na verdade, não se sabe com certeza onde realmente surgiu a embalagem. De acordo com Moura & Banzato, acredita-se que por volta do ano 4000 a.C., para sanar a necessidade de transporte de alimentos, o homem utilizou-se de chifres ocos e grandes conchas. Com o tempo, ele aprendeu a montar cestos, usando fibras vegetais, depois soube como calafetar usando argila. E, então, conseguiu construir os primeiros vasos de argila pura, que serviam para o armazenamento de água e comida.

Muitos anos se passaram e registros apontam para uso de cântaros e embalagens semelhantes na época de intercâmbio de mercadorias entre o Egito e a Mesopotâmia.

A queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., marca o início da Idade Média, uma época com poucos avanços para a sociedade e, por consequência, para as embalagens. Apenas o relato de que em 751 d.C. a China já produzia papel, técnica aprendida e difundida pelos árabes com indícios de produção de papel na Inglaterra no de 1310.

A Idade Moderna, que se inicia com a queda de Constantinopla em 1473, traz avanços à sociedade e suas embalagens. A Revolução Industrial de 1760 foi um impulsionador de novas técnicas que ofereceram um desenvolvimento sem precedentes na história. Nessa era encontraremos as primeiras embalagens decoradas através da impressão litográfica. Foi também nessa era que, para atender a uma necessidade da humanidade da época, surgiu um dos ícones da embalagem relacionada a proteção.

Em 1809, os soldados em batalha morriam mais de fome e contaminação de que em virtude dos ferimentos. O francês Nicolas Appert apresentou um processo de conservação por meio do engarrafamento e cozimento dos alimentos em que se usavam garrafas de vidro com paredes espessas e vedadas com rolhas de cortiça. Essa tecnologia foi então aperfeiçoada por uma empresa londrina ao entender que, apesar da larga espessura da parede, o vidro era um material frágil e criou, então, recipientes de chapas de ferro estanhado, iniciando assim a produção de latas.

No início, não tiveram muito sucesso fora dos campos de batalha por conta da relativa oferta de alimentos frescos, pelo alto custo da lata e pela dificuldade de abri-las. Por mais incrível que possa parecer, há relatos históricos demonstrando que os abridores de lata surgiram somente quatro décadas depois, em meados de 1855 (CSN, 2006).

Nas décadas seguintes, graças ao desenvolvimento tecnológico, era possível produzir cada vez mais rápido com menores custos e tudo aquilo que se produzia era consumido por uma sociedade ávida por novidades. Nesse momento de nossa história, o papel das embalagens limitava-se a proteger e permitir a distribuição dos bens manufaturados; não se via na embalagem a necessidade de aplicação de melhorias para atratividade (ENDLER, 2003).

Por outro lado, observou-se um grande avanço no que tange a novas matérias-primas, técnicas produtivas, combinação de materiais para obtenção de novas propriedades, conceitos de gestão de produção, projetos sempre voltados à proteção do conteúdo da embalagem.

Foi um momento em que, com a crescente evolução das técnicas de produção e excesso de oferta, percebe-se o aumento da concorrência: os consumidores se tornam mais exigentes e, devido a experiências vividas, passam a comparar e selecionar produtos de qualidade através da identificação pela embalagem.

Varejo

Eis então que, depois da crise de 1929, nos anos 30 nos Estados Unidos, surge o primeiro autosserviço de varejo na tentativa de minimizar custos pela eliminação dos atendentes de venda. Essa mudança histórica exigiu da embalagem um novo papel: comunicar os atributos do produto e ser porta-voz da marca e da empresa fabricante. Esse novo papel de protagonismo da embalagem impulsionou o design na busca de opções persuasivas e atraentes ao consumidor.

O capítulo da história do varejo no Brasil tem particularidades muito interessantes. Cavalcante & Chagas, no livro História da Embalagem no Brasil, mencionam que uma das primeiras empresas a adotar o sistema em que o próprio consumidor utilizava pequenas cestas de vime na entrada da loja para servir-se foi o frigorífico Wilson, no ano de 1947, em São Paulo. No entanto, foi a Casa Sirva-se que poucos anos depois adotou um sistema semelhante ao varejo tradicional da atualidade.

Confira aqui a íntegra do artigo de Aparecido Borghi, prof. do Núcleo de Estudos e Negócios da Embalagem na ESPM, na mais recente edição da revista CarneTec.

Fonte: Carnetec

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