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Brasil e Mali compartilham experiências sobre cultivo de amendoim

Publicado em 09/11/2016

Com o objetivo de trocar experiências sobre a cultura do amendoim e discutir a importância da adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA) para reduzir a contaminação do grão por aflatoxina, pesquisadores da Embrapa participaram de missão técnica no Mali. O intercâmbio, realizado em meados de setembro, nas cidades de Bamako e Kita,  pólos produtores de amendoim do país, proporcionou a interação entre pesquisadores, agricultores familiares (lideranças), profissionais de diversas áreas, estudantes de pós-graduação e representantes de instituições governamentais e não governamentais.

A atividade faz parte do projeto executado pela Embrapa e Universidade de Ciência e Tecnologia de Bamako, "Transferência de tecnologias de produção de amendoim geradas pela Embrapa para adoção por produtores familiares na África (Aflamali)", que integra a plataforma Marketplace de Inovação Agropecuária África-Brasil e tem como objetivo fomentar o desenvolvimento dos países africanos por meio do apoio técnico-científico da Embrapa. A programação incluiu a participação em workshop, reuniões e visitas técnicas a áreas de produção de amendoim.

Durante o workshop, a pesquisadora da Embrapa Acre, Cleísa Cartaxo, líder do projeto no Brasil, ministrou a palestra "Produção de amendoim e o problema da contaminação por aflatoxina", fator que dificulta o desenvolvimento da cultura no Mali, causando prejuízos econômicos para os agricultores e para a saúde da população.  "O amendoim está entre os alimentos mais consumidos no país, por isso a importância de sensibilizar os atores da cadeia produtiva do grão. A expectativa é que ações desenvolvidas no âmbito do projeto contribuam com a solução do problema", comenta.

"Boas Práticas Agrícolas e controle de aflatoxina na produção de amendoim" foi o tema da palestra do pesquisador da Embrapa Algodão, Tarcísio Gondim. "A adoção das BPA envolve todo o processo de implantação da cultura, que começa com a escolha da área e se entende até o momento da colheita. Esses procedimentos, quando adotados, contribuem para redução do nível de aflatoxina e o aumento da produção", explica.

Gondim destaca o trabalho na área de melhoramento genético do amendoim realizado pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Cultivos em Trópicos Semiáridos (ICRISAT-Mali). "Além de uma excelente estrutura física e logística, o instituto possui uma área experimental com a cultura do amendoim, e o programa de melhoramento com 165 acessos, sendo nove genótipos promissores, com diferentes níveis de resistência aos fungos causadores da aflatoxina no grão. Uma experiência que pode trazer benefícios para agricultores brasileiros", acrescenta.

Cooperação científica

A contaminação do amendoim pela aflatoxina prejudica toda a cadeia produtiva do grão. Produtores maleses não conseguem exportar o produto devido ao nível de contaminação do grão ultrapassar o mínimo exigido para comercialização no mercado europeu, restringindo a comercialização do produto ao mercado interno.

Em busca de uma solução para o problema, pesquisadores da Universidade Bamako trabalham na formulação de um biopesticida para o controle de fungos produtores de aflatoxina. O produto está em fase de teste, e tem demonstrado eficiência no controle da proliferação do fungo e, consequentemente, da toxina. De acordo com o professor Amadou Babana, líder do projeto no Mali, o uso do biopesticida aliado às BPAs será incorporado às práticas de produção sustentáveis de amendoim a serem difundidas entre produtores locais.

A cooperação científica entre os países também envolve a produção de um manual para agricultores familiares do Brasil e do Mali sobre Boas Práticas Agrícolas no cultivo do amendoim. Além do português, o material será publicado também em francês e bambará, idiomas falados no país.

Em maio deste ano, pesquisadores maleses realizaram visita técnica ao Campo Experimental da Embrapa Algodão, em Barbalha - CE, e em áreas de agricultores familiares da região do Crato para conhecer plantios de amendoim. Também participaram de capacitação na Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), com foco na identificação de fungos e análise de quantificação de aflatoxinas.  

No Acre, o amendoim se destaca como fonte de proteína da dieta alimentar dos povos indígenas. O aprendizado proporcionado pelo projeto servirá de base para o trabalho que será realizado na Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda por meio do projeto "Etnoconhecimento e Agrobiodiversidade entre os Kaxinawá de Nova Olinda", executado pela Embrapa Acre e parceiros.

Fonte: Embrapa

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