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Secretaria da Agricultura aponta potencialidades da cadeia produtiva de hortifrutigranjeiros

Publicado em 15/08/2016

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participou do encontro com dirigentes das federações patronais e de trabalhadores dos três estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Ele falou sobre as potencialidades do Paraná na produção de frutas, legumes e verduras no sistema tradicional e orgânico e as possibilidades de fortalecimento dessa cadeia produtiva no Estado.

O encontro foi na quarta-feira (10) na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e patrocinado pela empresa de tabaco Souza Cruz, que deseja apresentar aos produtores de fumo as possibilidades de manter uma produção integrada com alimentos que tenham fluidez na comercialização. No Paraná, a empresa mantém iniciativas como essa na produção de milho e feijão na pós-colheita de fumo.

Segundo Ortigara, a produção de hortifrutigranjeiros ocupa um total de 120,8 mil hectares e produz três milhões de toneladas em produtos por ano. O faturamento bruto do setor para os produtores é de R$ 4,09 bilhões, que confere uma participação de 5,3% no Valor Bruto da Produção. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento quer elevar essa participação para 11% do VBP. 

A produção de olerícolas é um dos segmentos da agropecuária com grande potencial para elevar a renda na propriedade e em circulação no Estado. O setor representa uma oportunidade de diversificação na propriedade e novos negócios podem surgir para os pequenos produtores, acredita Ortigara. Além disso, a oportunidade de renda é maior, em função do sistema de ciclo curto de plantio e presente durante o ano todo.

“Queremos atender uma demanda que está em crescimento, principalmente quando se fala em alimentos saudáveis e orgânicos”, disse o secretário. Os produtos mais cultivados no Paraná são a batata, tomate, mandioca para consumo humano, cenoura, alface, repolho e cebola. Os municípios que se destacam na produção são São José dos Pinhais, Colombo, Araucária e Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba, e ainda Guarapuava, no Centro, e Marilândia do Sul, na região Norte do Estado.

São 192 municípios paranaenses que mantém produção de hortifrutigranjeiros, com cerca de 6.000 produtores. Eles contam com apoio da Emater, que dá assistência técnica aos produtores familiares, e também por prefeituras municipais e Ongs que possibilitam o atendimento para dez mil agricultores.

Ortigara chamou a atenção sobre a possibilidade de o produtor pequeno e médio elevar a renda mensal se reservar uma parte da área para plantio de uma horta ou pomar comercial, iniciativa que pode lhe render um bom dinheiro, “desde que desenvolvida com conhecimento técnico”, enfatizou.

Essa possibilidade é real diante do aumento da demanda por produtos frescos e saudáveis, frisou o secretário. A informação foi corroborada pelo dirigente da Associação Paranaense de Supermercados, Valmor Rovaris, que participou do encontro e falou da demanda desse setor que está em crescimento no varejo.

Segundo Ortigara, a produção de hortifrutigranjeiros cresceu 80% nos últimos 15 anos, sendo que entre os anos de 2014 a 2015 cresceu 1%, o que representa um grande avanço. E são muitas as técnicas ultilizadas pelo produtor como cultivo a céu aberto, em ambiente controlado (plasticultura), higroponia, que vem proporcionando ganhos em produtividade e qualidade.

O setor – continuou – comporta desde pequenos produtores a megaempreendimentos, que já podem ser encontrados no Paraná. Segundo Ortigara, os pequenos produtores tem como mercado os programas de governo, como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que compram produtos e alimentos diretamente do pequeno produtor. Para isso, eles contam com a ajuda da Emater na organização e ações para melhorar a eficiência na logística de entrega para reduzir custos.

Além disso, os produtores contam com apoio na comercialização através de cinco unidades da Ceasa, em pontos estratégicos do Estado: Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá; crédito rural do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) com juros subsidiados, atuação de diversas cooperativas na comercialização.

Ortigara abordou também as possibilidades de verticalização da produção e a agroindustrialização, que já está acontecendo por meio de empresas particulares que realizam a comercialização de olerícolas em embalagens pequenas como bandejas, bem como o processamento mínimo que vem sendo feito pela empresa Rio de Una, na RMC. Empresas como Nutrimental e Vapsa também processam diversas olerícolas agregando valor ao produto final.

O secretário falou também dos gargalos existentes nesse tipo de produção, como mão-de-obra cara e com falta de especialização; falta de identificação do produto na origem, o que dificulta a rastreabilidade; falta de classificação, rotulagem e embalagens adequadas; uso de agrotóxícos sem as devidas recomendações; manejo inadequado do solo; intenção ação de intermediários na cadeia produtiva, gestão econômica falha na propriedade.

OLERICULTURA ORGÂNICA - Na olericultura orgânica, a demanda só cresce, disse Ortigara. Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o setor cresceu 190% desde a safra de 2006 passando de uma produção de 17.460 toneladas de produtos naquele ano para 50; 413 toneladas em 20015. São aproximadamente 1.800 produtores com área média de 1,23 hectares por propriedade. 

Segundo Ortigara, a produção organica de hortifrutigranjeiros está presente em quase todo o Estado, exceto em Campo Mourão e Cianorte. São 61 municipais que produzem em escala comercial, sendo que a RMC concentra 50% dessa produção. 

São produzidos no sistema orgânico repolho, couve-flor, alface, abobrinha, berinjela, chuchu, mandioca de mesa (aipim), beterraba, abóbora, tomate, cenoura, batata doce, pepino, feijão vagem, batata, couve brócolis, pimentão, cebolinha e salsinha.

A vantagem nessa produção é a agregação de valor de 30% a 50% quando comparada ao sistema tradicional de cultivo, a preservação ambiental, saúde do produtor e as condições de atender ao crescimento da demanda. 

Como dificuldades – apontou – está o período de conversão da produção convencional para a orgânica que vai de 1 a 3 anos, a queda de renda nesse período e a certificação, que ainda é muito burocrática.

“Mas já existem exemplos de sucesso na produção orgânica que podemos apontar”, salientou Ortigara. Ele apontou o exemplo do município de Castro, onde a empresa Axial investiu R$ 30 milhões na produção orgânica de alface americana e tomate. A empresa produz cerca de oito mil toneladas de alface americana que comercializa diretamente para redes de fast food e de supermercados, como o McDonalds, Burguer King, OutBack, Wall Mart e Carrefour. 

Acompanharam as palestras o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Inácio Afonso Kroetz; o presidente da Ceasa-PR, Natalino Avance de Souza, e Alan Pimentel, também da Adapar, que falaram sobre ameaças e oportunidades no setor de produção de hortifrutigranjeiros e as possibilidades de elevar a participação da produção paranaense para suprir esse mercado. Atualmente a Ceasa do Paraná movimenta R$ 2 bilhões por ano, sendo que 58% dos produtos que comercializa vem de outros Estados e de outros países. Atualmente as Ceasas do Paraná recebem produtos de 1.300 municípios de 21 estados brasileiros e mais 15 países.

Fonte: AEN - PR

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