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Empresas apostam em itens "premium" para lucrar na crise

Publicado em 10/08/2015

De olho na rentabilidade, multinacionais de consumo de massa lançam produtos para público que sente menos a recessão

Em tempos de crise, nada como apostar em preços altos. É assim que multinacionais como Unilever, Ambev e Nestlé vêm reagindo ao atual momento de queda no consumo. Para elevar a rentabilidade e driblar o enfraquecimento do poder de compra da classe C, os grandes fabricantes vêm apostando no lançamento de marcas e produtos mais sofisticados (e caros). A lista inclui ainda nomes como Bunge, Pernod Ricard e Bimbo, que estão lançando de uísques envelhecidos em barris espanhóis a pão de forma com sabor de “padaria”.

Segundo especialistas, a tendência deve ganhar força com a chegada de novas marcas internacionais ao Brasil. É o caso dos produtos de cabelo Aussie, da Procter & Gamble. Ou, então, da marca de sorvete Ben & Jerry’s e de beleza TIGI, ambas da Unilever. A Ambev, diz uma fonte do setor, trará ao país a americana Goose Island. Se antes a classe C era a principal locomotiva do consumo, agora, dizem os analistas, as multinacionais aceleram os lançamentos para um público de maior poder aquisitivo, que sente menos os efeitos da crise.

“As multinacionais de produtos de massa estavam com seu crescimento sustentado na classe C e, com a crise econômica, tiveram de mudar sua estratégia. Com sua estrutura logística, conseguem uma boa relação de custos e aumentam sua rentabilidade num momento de vendas menores”, diz o consultor Adalberto Viviani, da Concept.

A Unilever, dona do sabão Omo, do sorvete Kibon e da pasta de dente Close Up, investe, agora, na nova marca de creme dental Regenerate, com compostos concentrados de sódio e cálcio e que sai a R$ 40 – a maioria das pastas de dente custam menos de R$ 8. A empresa trouxe a linha Matt, do desodorante Axe, com itens masculinos para o cabelo e preços de R$ 40 a R$ 80.

A Nestlé lançou o sorvete Gelato - L’arte italiana, com sabores especiais que incluem até uma mistura de caramelo e sal marinho: a unidade, de 455 ml, custa R$ 23,90, o que lhe confere um preço por litro quatro vezes maior que a média do mercado.

“As classes A/B possuem uma frequência de compra 18% maior do que a média”, destaca Rogério Lopes, diretor de Sorvetes Nestlé.

A mexicana Bimbo, dona das marcas Pullman e Plus Vita, vem aumentando o número de lançamentos destinados à conquista de novos consumidores. O mais recente foi a linha “sabor de padaria”, com itens como pão de milho e italiano. Na lista, há versões de pão doce recheado com baunilha, cravo e frutas secas. “A categoria precisa desse tipo de novidade. Todo lançamento deve ter foco na rentabilidade. Procuramos aumentar o número de clientes”, diz Alejandro Hernandez, diretor de marketing da empresa.

Ambev investe em cerveja especial de até R$ 39 a garrafa

O lançamento de produtos mais caros ganha força não só no Brasil, mas também em nações da Europa e nos Estados Unidos. Como parte desta estratégia, muitas companhias vêm acelerando o movimento de aquisições de marcas premium com prestígio entre os consumidores.

“Com a crise, o consumidor se permite gastar mais na hora da refeição. Para economizar, muitas famílias estão consumindo mais em casa e isso se reflete nos supermercados”, explicou Eduardo França, da ESPM Rio.

Nas gôndolas, não faltam exemplos. A Ambev, líder na venda de cervejas como Antarctica e Skol, investe em marcas especiais e artesanais. No portfólio, ganharam destaque Wäls e a Colorado, marcas adquiridas esse ano pela empresa. No exterior, a AB Inbev, dona da Ambev, comprou os rótulos Goose Island, Elysian Brewing e Scuttlebutt. Assim, as novidades — com ingredientes como pimenta e frutas secas — chegam a quase R$ 39, bem acima do preço médio de uma garrafa, na faixa de R$ 6.

Fonte: Agencia O Globo via Gazeta do Povo

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