Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

Planta com cheiro forte substitui o uso de agrotóxico

Publicado em 11/02/2014

Aposta em cultivo consorciado de plantas é alternativa pesquisada na UEL para o controle de pragas que afetam morango e tomate

O cultivo de frutas e hortaliças em consórcio com outros alimentos pode ser um método bastante eficaz no combate de pragas e doenças na agricultura. É o que constataram pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Eles escolheram o tomate e o morango – dois dos alimentos mais suscetíveis a pragas e, portanto, ao uso de agrotóxicos – para mostrar como técnicas alternativas podem ajudar a repelir insetos de forma natural. Os métodos deram certo e já estão sendo utilizados por produtores orgânicos da região Norte do estado.

clique para ampliar>clique para ampliarO doutorando Mateus Carvalho comprovou a redução de 70% na incidência de mosca branca em meio à plantação de tomate (Foto: Gazeta do Povo)

Em um dos experimentos, o mestrando do programa de pós-graduação em Agronomia Fernando Hata utilizou o plantio de alho com o morango para afastar o ácaro rajado. A praga, que causa o apodrecimento das folhas da planta, foi repelida pelo cheiro forte do alho. “Podemos diminuir em até 50% a população de ácaro com o plantio do alho próximo ao morango. Isso reduz bastante o uso de veneno, se o agricultor tiver uma produção convencional”, comenta o pesquisador.

Hata assinala que, no caso do produtor orgânico, a técnica também propicia um controle melhor sem o uso de agrotóxicos. A alternativa já é empregada por produtores de Pinhalão e Jandaia do Sul.

Ervas

O doutorando Mateus Gimenez Carvalho, por sua vez, plantou coentro e manjericão entre mudas de tomate. O resultado foi uma repelência natural à mosca branca, praga que transmite um vírus que afeta o desenvolvimento da planta. Assim como na outra pesquisa foi o odor liberado pelas plantas cultivadas em consórcio que espantou as moscas. Agora, Carvalho busca uma maneira de afastar outro inimigo dos agricultores – a traça do tomateiro. “Essas [mosca branca e traça] são duas pragas que causam muitos danos ao tomate. Quero me aperfeiçoar nesta pesquisa”, salienta.

O estudante observa que o experimento já realizado ajuda a reduzir em até 70% a mosca branca na produção. Além disso, a contribuição com o meio ambiente é garantida a partir da diminuição no uso de agrotóxicos, prática cada vez mais comum nesse tipo de cultura. “Tem produtor que aplica de duas a três vezes por semana agrotóxicos no tomate, ainda mais quando se cultiva em época de muito calor. A praga cria até resistência e tudo chega ao consumidor final”, alerta.

Quem aderiu à estratégia de Carvalho já relata benefícios. “A técnica ameniza bastante as pragas. Só usamos inseticida em último caso”, afirma Almir Almeida Ramos, que administra uma propriedade rural de Londrina. A plantação de tomate do local passou a contar com coentro desde a última safra.

Estratégia abre espaço para renda extra

Foi na propriedade do agricultor Lauro Wittmann, 52 anos, de Jandaia do Sul, que o pesquisador Fernando Hata viu pela primeira vez o plantio de morango em consórcio com alho. Na época, Wittmann já observava os benefícios da iniciativa no controle de praga e o pesquisador percebeu que a estratégia precisava ser mais bem estudada. “O plantio era sem muita certeza de que daria certo”, lembra Hata.

É por experiência própria, no entanto, que o produtor de morangos conta como o alho é útil para repelir o ácaro rajado. Agricultores conhecidos dele chegaram a tentar usar ervas, como o manjericão, no controle de pragas do morango, mas o resultado não foi semelhante. “As plantas faziam sombras no morango e atrapalhavam o cultivo. Com o alho, não. É algo que não compete com o morango e acaba sendo mais uma fonte de renda”, diz Wittmann. Ele abriu mão do uso de agrotóxicos em sua produção desde 1999 e comercializa o alho produzido com o morango em feiras orgânicas da região.

Fazenda Escola testa mais métodos e plantas

Criar condições para que inimigos naturais das pragas surjam para controlá-las também pode ser uma alternativa para eliminar o uso de agrotóxicos na agricultura. Pesquisador na área de controle biológico conservacionista, o professor de Agronomia Ayres de Oliveira Menezes Júnior, também da Universidade Estadual de Londrina, explica que a estratégia consiste na preservação da diversidade ecológica existente nas áreas naturais. “Se isso for conservado [a natureza], o produtor vai observar que os inimigos naturais das pragas farão o controle. Mas ele precisa ter consciência disso para aproveitar estes benefícios”, afirma o pesquisador.

Outra forma equilibrada ecologicamente de substituir a aplicação de veneno nas plantações é o cultivo paralelo de plantas com outras aptidões, como o apresentado na pesquisa do morango e tomate. Mas o produtor, salienta o professor, pode ir além, usando girassol, mamona e trigo sarraceno, por exemplo, para atrair inimigos naturais das pragas que atingem a cultura principal. Na Fazenda Escola da UEL, a estratégia é utilizada em meio ao plantio de soja e de milho. O trigo sarraceno atrai joaninhas que ajudam a combater pulgões do milho. Já a mamona atrai vespas que se alimentam, por sua vez, de lagartas que atacam a soja.

O professor do Departamento de Agronomia da UEL e orientador das pesquisas envolvendo morango e tomate, Maurício Ventura, observa que outra vantagem da pesquisa é a possibilidade de evitar o manuseio e aplicação de agrotóxicos, a partir destas estratégias. Isso, destaca ele, ajuda a garantir mais saúde ao agricultor e ao consumidor final do produto.

Fonte: Gazeta do Povo

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube