O presidente Edson Campagnolo afirmou nesta segunda-feira (16) que, após as manifestações do fim de semana, a classe política brasileira deve mostrar sensibilidade e dialogar com a sociedade. Para Campagnolo, ficou evidente que há um alto grau de descontentamento em relação à condução do país, que não pode ser ignorado pelas diferentes esferas do poder público. Ele reforça, porém, que as cobranças não podem ficar restritas ao Executivo. “O Legislativo e até mesmo o Judiciário também têm a responsabilidade de dar respostas à sociedade neste momento”, declarou.
Para Campagnolo, as expressivas manifestações registradas por todo o país mostram que o sentimento de insatisfação de boa parte da população, observado já durante as eleições de outubro, ainda persiste e não pode ser ignorado. “Essa insatisfação vem se agravando ainda mais pelas revelações da operação Lava Jato e pela deterioração do cenário econômico. As pessoas não conseguem mais entregar para o Estado tudo o que vem sendo cobrado na forma de aumento de impostos e tarifas de serviços públicos”, disse. “O setor produtivo observa com cautela todo esse movimento, marcado por manifestações legítimas e ordeiras, e esperamos que haja sensibilidade da classe política para ouvir os anseios das ruas”, acrescentou.
Sobre o posicionamento do governo federal após os protestos, afirmando que vai apresentar um pacote de medidas de combate à corrupção e expondo a necessidade de uma reforma política baseada no financiamento público de campanhas, o presidente do Sistema Fiep defendeu uma agenda de mudanças mais ampla. “Precisamos de uma pauta positiva para o Brasil, que coloque em discussão não apenas questões pontuais, mas a necessidade de uma verdadeira transformação na administração pública e no ambiente econômico do país”, declarou. “Queremos um Estado mais ágil para atender as necessidades de toda a sociedade e alavancar o desenvolvimento do país”, concluiu.