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Programa de Liderança29/07/2014

Futuro do Brasil será decidido em sala de aula, diz economista

Eduardo Giannetti falou a gestores do Sistema Fiep sobre as perspectivas para o País
clique para ampliar>clique para ampliarEduardo Giannetti destacou que é preciso melhorar a qualidade e a eficiência no ensino (Foto: Mauro Frasson)

A educação como vetor do desenvolvimento foi um dos destaques da palestra do economista e professor  Eduardo Giannetti durante o Programa de Liderança do Sistema Fiep, realizado na última semana, em Curitiba. Falando a gestores do Sesi, Senai, IEL e Fiep de todo o Paraná, sobre as  Perspectivas Econômicas e Sociais do Brasil para 2014/2015, Gianetti disse que o futuro do Brasil será decidido em sala de aula e apresentou dados que revelam o descaso com a educação no País.

“Uma pesquisa realizada em 2012 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa mostrou que 38% dos egressos do ensino superior no Brasil são considerados analfabetos funcionais. São pessoas que sabem ler e escrever, mas não conseguem interpretar um texto e realizar operações matemáticas simples”, disse. O economista citou ainda outros exemplos que comprovam a gravidade do quadro: “60% dos estudantes do 6º ano de medicina de uma faculdade paulista foram reprovados em recente teste do Conselho Regional de Medicina de São Paulo e a taxa média de aprovação dos graduados em Direito no exame da OAB é de apenas 20%”.

Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, onde também atuou como professor, Giannetti avalia que estes índices resultam, em parte, da proliferação de cursos superiores de baixa qualidade e repercutem na produtividade do profissional. “Não adianta aumentar o número de escolas. É preciso melhorar a qualidade e a eficiência”, defende.

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                                          ampliarPalestra aconteceu durante o Programa de Liderança do Sistema Fiep (Foto: Mauro Frasson)

Produtividade é a palavra chave

Giannetti disse que o Brasil vive um momento de transição demográfica sem igual em sua história e isso deveria ser melhor aproveitado para criar as bases para um ganho de produtividade.  “Mas não é o que se vê”, lamentou. De acordo com ele, vivemos um momento de dividendo demográfico, quando o maior percentual da população está na faixa dos 30 aos 64 anos de idade, em plena fase produtiva, enquanto crianças e idosos são minoria. O professor alerta que em 30 anos esta situação vai se inverter com um crescimento da população idosa e uma redução do número de pessoas em idade produtiva. “Temos que nos preparar para isso. A pirâmide de hoje vai virar o cogumelo de amanhã”, advertiu, fazendo referência ao grande contingente da população que terá que ser suportado por uma base menor.  “Por isso, a palavra chave é produtividade”, defendeu.

De acordo com Giannetti, a produtividade média de um cidadão em um país rico é quatro vezes superior que um cidadão de um país de renda média e nove vezes superior que um cidadão de um país de baixa renda. “Não é o número de horas trabalhadas, mas a produtividade da hora trabalhada que faz a diferença: é a diferença entre sair para trabalhar com uma enxada ou com um trator; e a diferença entre um trabalhador analfabeto funcional e um engenheiro inovador”.

Giannetti fez também duras críticas ao governo federal. Segundo ele, o governo que se elegeu em nome da aceleração do crescimento vai entregar um país com a menor taxa de crescimento econômico da história, se igualando aos governos de Marechal Floriano Peixoto e de Fernando Collor de Mello. “É muito grave porque isso ocorre em pleno período de crescimento demográfico, quando deveria acontecer exatamente o contrário. Seria o momento oportuno para o desenvolvimento. Dificilmente viveremos outro momento tão propício assim na história”, lamentou.   

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