A estudante campo-larguense, Beatriz Ferreira, é um exemplo de que é possível ir mais longe com educação. Com apenas 20 anos, garantiu uma vaga do programa Ciência sem Fronteiras para estudar na University of British Columbia, em Vancouver, no Canadá. “Deve ser quebrado esse tabu de que quem estuda no interior de Campo Largo não consegue ir longe. Tudo vem pela dedicação”, diz Beatriz, que é universitária e fará um intercâmbio de um ano na área de Biotecnologia.
Mas para chegar a essa conquista, Beatriz se dedicou desde o início da formação escolar, cuja base foi construída na rede municipal do interior de Campo Largo. Ela estudou na Escola Municipal Luiza Gonçalves Monteiro, onde hoje sua mãe, Rita do Rocio Machado Ferreira, é professora. “Ela foi dedicada desde cedo e nós sempre apoiamos, em tudo. Eu realmente acredito que eles são capazes, tanto minhas filhas como também meus alunos. E eu luto e sempre vou lutar por isso, em casa e na escola”, conta Rita.
Beatriz concluiu o ensino médio no Colégio Sesi e formou-se em técnica em Biotecnologia pelo Senai. Nesse período, descobriu que queria prosseguir na área.
E prosseguiu. Passou no vestibular na Universidade Positivo e cursa atualmente Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia. Na universidade, decidiu se candidatar ao programa Ciência Sem Fronteiras para estudar disciplinas de Biotecnologia em um país de língua inglesa.
Por muitos anos, paralelo ao período escolar, Beatriz estudou inglês. Foi isso que viabilizou a conquista de uma vaga no programa, que leva em conta tanto a proficiência na língua do país sede do intercâmbio como o desempenho escolar do candidato.
Por trás da conquista
Parando aqui, até parece que Beatriz deu sorte. Mas foi muito mais que isso. “Foi possível pela minha dedicação, mas seria impossível sem o esforço dos meus pais, que abriram mão de muita coisa para que eu conseguisse fazer o curso de inglês”, lembra a intercambista.
O pai, Altair Santana Ferreira, mais conhecido como Taico, é eletricista. Ele conta que, além de trabalhar a semana toda, fez bicos aos sábados para conseguir bancar o curso de inglês para a filha. “Deixamos de sair para jantar ou fazer várias atividades de lazer. Economizamos e fizemos restrição de várias coisas para dar certo. Mas não tem como se arrepender. Valeu a pena”, afirma Taico. “A nossa dedicação como pais foi de 100%, com muito orgulho de poder ajudar nossas filhas”, acrescenta a mãe.
Beatriz também conta que morar no interior acrescentou custos à sua formação e exigiu empenho, por causa da distância. Mas, em contrapartida, ter crescido e vivido por lá a encheu de valores e orgulho da sua terra. “E ela ainda podia contar sempre com o silêncio do interior para estudar!”, brinca o pai.
Do Jornal Folha de Campo Largo
Parabéns à Beatriz e a todos os alunos do Colégio Sesi que nos fazem acreditar a cada dia que estamos no caminho certo! A
juventude, sem dúvida, é um potencial a ser incentivado!
Seja muito feliz Beatriz!