O departamento de Assuntos Legislativos da Fiep fez uma análise do resultado das eleições no Paraná. O levantamento apontou uma renovação inferior a 50% no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. A renovação da bancada paranaense na Câmara Federal também ficou abaixo dos 50%.
A equipe utilizou indicadores do Congresso Nacional como base para o estudo – que consideram os resultados das eleições de 2010 e 2014, independentemente de mudanças ao longo da legislatura. De acordo com este parâmetro, a renovação no Congresso em 2014 foi inferior a 2010 – de 46,4% para 43,5% em 2014. Na Assembleia, a renovação foi de apenas 38,8%, com apenas 21 novos deputados eleitos.
Segundo o levantamento, 36,7% da população votou em algum candidato a deputado federal que não conseguiu se eleger. Na Assembleia Legislativa do Paraná esse número é ainda maior – 49,5% dos paranaenses não conseguiram eleger seus candidatos, por conta do voto proporcional, modelo político adotado no Brasil que determina que a proporção de cadeiras parlamentares ocupada por cada partido é diretamente determinada pela proporção de votos obtidos pela coligação, e não pelo candidato.
A pouca representatividade e a baixa inovação preocupou os conselhos temáticos de Assuntos Legislativos, e Política Industrial, Inovação e Design da Fiep, onde o estudo foi apresentado. Para o coordenador do conselho de Assuntos Legislativos, Helio Bampi, os números revelam a necessidade de uma reforma política, para que cada voto tenha mais poder de mudança. “Não vejo saída positiva com esse sistema, que pouco renova. É preciso pensar globalmente e parar de comparar o Brasil com o Brasil. Há uma urgência em avançar em temas onde outros países estão muito mais avançados e, para isso, é necessário um pacto pela inovação e competitividade”, defendeu Bampi.
Precisamos urgentemente de uma reforma política, voto distrital misto, acabar com a reeleição, unificar as datas de eleição municipal com a majoritária estadual e nacional, clausula de barreira, deixar de patrocinar partidos de aluguel, com menos de 5% de representatividade, com tempo de televisão e rádio e fundo partidário, obrigado.