Definir um código de ética claro e objetivo que seja aplicado pela gerência e colaboradores é a melhor forma de se proteger da corrupção. Estas e outras conclusões foram apresentadas no painel “Como proteger minha empresa da corrupção” durante a programação do segundo dia do Fórum Transparência e Competitividade, na terça-feira, dia 06.
O painel foi mediado pelo Gerente do Programa de Cooperação Descentralizada do Unitar, Alex Mejía,
que ressaltou que os brasileiros ainda não têm uma visão real de como a corrupção afeta
seu dia a dia. “Eu vejo que a corrupção ainda é concebida de uma forma muito utópica pelos
brasileiros, porém ela atinge as empresas de forma muito tangível e prática”, ressalta.
Um dos principais fatores que permitem que a corrupção não entre nas empresas é a conduta ética dos profissionais. Por isso, de acordo com o sócio da Price Waterhouse & Coopers Brasil, Carlos Alexandre Peres, é importante que seja elaborado um eficaz código de ética que esteja de acordo com a atuação da empresa e que seja aplicado por todos, desde os colaboradores até gerência e acionistas.
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O painel “Qual o impacto da corrupção e o papel das empresas” do Fórum propôs aos participantes uma discussão sobre as diversas formas de encarar a corrupção. Com a mediação do Gerente do Programa de Cooperação Descentralizada do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), Alex Mejía, os painelistas apresentaram diversos aspectos da questão – passando pela relação entre empresas e ONGs e papel do poder público no combate à corrupção. A chefe de transparência e anticorrupção do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, Olajobi Makinwa, destacou a inclusão recente do setor privado nas discussões sobre a corrupção.
A necessidade de aproximar os setores públicos e privados em torno do combate à corrupção e controle do patrimônio público foi um dos pontos debatido na palestra “Controle do Patrimônio Público: Corrupção e o Setor Privado”. Promovida pelo Ministério Público, a palestra teve como objetivo estabelecer um diálogo acerca da atividade de controle dos atos da Administração Pública, destacando o papel do setor privado em relação à prevenção da corrupção.
Outro painel mostrou que a economia, impunidade e corrupção são os três fatores que devem ser melhorados na América Latina para que ela possa acompanhar o crescimento econômico e de desenvolvimento humano que enfrenta. O alerta foi feito pelo Conselheiro Regional para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Gerardo Berthin, durante o painel “Parcerias no combate à corrupção”, “Sozinhas, as empresas não vão conseguir combater a corrupção, é necessária uma ação coletiva”, explica Berthin, citando quatro níveis de parceria: individual, institucional, setorial e coletiva. Saiba mais.
O evento foi encerrado na terça-feira, dia 06, mostrando que um futuro com transparência, em que o impacto da corrupção sobre a competitividade do país seja o menor possível, depende da união de esforços de todos os atores da sociedade: poder público, setor privado e cidadãos em geral.
“Nesses dois dias de debates, ficou ainda mais claro que nós, da sociedade civil organizada, não estamos caçando bruxas ou nos posicionando contra partido A, B ou C”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, no encerramento do evento. “O que defendemos é que a transparência deve acontecer em todos os níveis, inclusive nas empresas. Assim ganharemos competitividade, o que traz também uma melhor distribuição de renda para o país, como mostram diversos estudos internacionais”, acrescentou. Leia mais.