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O Sindusmadeira, em parceria com o Sindicato Rural, realizou em agosto o 1º Conselho Temático do Setor Madeireiro de Guarapuava e Região. Os temas debatidos estavam relacionados a pragas, que afetam a produtividade da silvicultura e o retorno econômico para as empresas do setor.
Durante o encontro, informações sobre a vespa da madeira foram repassadas pela bióloga e pesquisadora de Entomologia Florestal da Embrapa Florestas, Susete Chiarello Penteado. Os danos causados pelo macaco prego foram tratado pelos pesquisadores Sandra Bis Mikich e Dieter Liebsch, também da Embrapa Florestas.
A vespa da madeira está controlada, segundo Susete, mas há grande perigo nas florestas de pequenos produtores. “A vespa ataca árvores estressadas. O pequeno produtor, muitas vezes, não realiza o manejo com os desbastes porque, quando o valor da madeira cai, ele não tem condições de fazer isso. Então se acumula um grande número de árvores, causando o estresse. É nesse momento que o perigo começa”, explicou.
Ao contrário da vespa da madeira, que já possui soluções para sua prevenção e controle, o macaco prego ainda é um grande desafio para os silvicultores. “Hoje, o macaco-prego é um dos principais problemas do plantio de pinus, tanto no Paraná como em Santa Catarina. E ainda não temos uma solução. O que temos hoje são diferentes pesquisas na área em manejo e na parte econômica”, contou Liebsch.
Legislação e cadastro na Adapar
O encontro também tratou sobre a exigência do cadastro na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) por parte dos produtores do estado que possuem área plantada.
A engenheira agrônoma da Adapar, Antoniele Serpa, explicou que, quando a floresta atinge a idade de sete anos e a área é maior que cinco hectares, o produtor é obrigado a realizar o monitoramento da vespa da madeira, com árvores-armadilha. Isto deve ocorrer anualmente, nos meses de agosto e setembro. Outra possibilidade é realizar amostragem sequencial nos meses de março a maio.
Os relatórios, após as ações, devem ser apresentados, obrigatoriamente, à Adapar. “Se o produtor não realizar o cadastro ou o monitoramento, apresentando os relatórios à Adapar, ele é autuado. Se ainda assim não tomar as medidas necessárias, pode receber uma multa de R$ 200 a R$ 12 mil, dependendo da área e dos agravantes”, salientou.
Quando está constatada a presença da vespa da madeira nas áreas de florestas, o produtor deve tomar todas as medidas já preconizadas pela Embrapa, com o uso de nematóides. “No entanto, se essa infestação for percebida fora do período de março a maio, quando os nematóides não estão mais disponíveis, o produtor deve remover todas as árvores atacadas, fazendo o uso imediato da matéria-prima. Não fazendo isso, ele também está sujeito a multas”, ressalta Antoniele.
Avaliação
Segundo o executivo do Sindusmadeira, Gabriel Veríssimo, o conselho começa a cumprir um dos seus objetivos, que é debater problemas comuns no setor produtivo da madeira. “Sabemos que há algumas questões que atingem todos de uma forma geral. Por isto, unimos força e conhecimento para oferecer alternativas aos industriais”, comentou.
O diretor da Golden Tree Reflorestamento - um dos apoiadores do encontro -, Luiz Carlos Valtrin, elogiou a iniciativa. “Hoje o mundo passa por mudanças que acontecem com grande rapidez e nós, empresários do ramo florestal, precisamos estar atentos para o que está acontecendo. Os temas vespa da madeira e macaco prego são problemas a serem conhecidos, discutidos e enfrentados com todos os segmentos envolvidos. Mais eventos como esses precisam acontecer e com mais periodicidade", destacou.
O evento contou com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Emater, Embrapa, Adapar, Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, Secretaria Municipal de Agricultura e Golden Tree Reflorestamento.