SINDUSCON NOROESTE

Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná

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"Criatividade é palavra chave para superar a crise"

Confira a entrevista com o presidente do SindusconNOR-PR, José Maria de Paula Soares, que comenta os principais fatos que ocorreram no ano que está terminando

clique para ampliarJosé Maria de Paula Soares, presidente do SindusconNOR-PR (Foto: Reprodução)

Um conjunto de fatores tornou 2015 um ano difícil. Apesar da construção civil na região de Maringá ainda estar em situação um pouco mais favorável, desafios como aumento de custos e falta de disponibilidade de crédito abalam os empresários, exigindo criatividade para encontrar soluções e superar os desafios. O Boletim da Indústria conversou com o presidente do SindusconNOR-PR, José Maria de Paula Soares, que avaliou o cenário atual. Confira a seguir:

Boletim da Indústria - Como o senhor avalia o cenário econômico deste ano para o setor da construção civil?

José Maria de Paula Soares - Do ponto de vista do setor imobiliário, na nossa região tivemos algumas situações que nos diferenciaram do cenário nacional. Um dos pontos é que nossa região tem suporte, do ponto de vista econômico, no agronegócio, que é um setor que tem conseguido responder mais rápido, também em função da alta do dólar, e hoje se encontra em uma situação um pouco diferente e mais confortável.

Claro que há evidências de que o mercado está hoje em um processo de realinhamento de valor e em um ritmo mais lento de acomodação. Mas, não se vê ainda aqui redução de valores ou oferta de imóveis em uma condição muito desfavorável, como é o caso de São Paulo e Curitiba, onde já se percebe uma redução de valores muito significativa. Isso nos dá a sensação de que pelo menos regionalmente temos uma situação um pouco mais favorável.

Mas, é claro, que ainda assim esse foi um ano de ajuste, o que deve permanecer também no ano que vem. As empresas estão tendo que ajustar a gestão e o nível de lucratividade. Toda vez que você tem um cenário que te impele para aumento de custos e incertezas, é preciso tomar decisões de mais austeridade para poder conseguir superar ou mesmo tentar se equilibrar. Isso se reflete também no balanço entre admissões e demissões.  

Hoje, nosso mercado está sustentado em três pilares: renda, expectativa do indivíduo e crédito. Nesse cenário, eu diria que estamos em uma situação fragilizada. Na verdade, as pessoas estão tendo um comprometimento da renda em função da própria inflação, não há um cenário de expectativa e perspectivas de futuro positivo e o crédito está bastante fragilizado.

Isso sem falar nas obras públicas, que estão em grande parte paralisadas. Este ano percebemos que foi um ano de ajustes em todos os sentidos, tanto no governo do Estado quanto no Federal, que também agiram com austeridade e acabaram sacrificando investimentos.

Como as medidas tomadas pelo governo, como mudanças no formato e limites de financiamento, impactaram o setor? Como reverter esse quadro?

A concessão de crédito em minha opinião pode ser prejudicada por dois viés: um pela elevação das taxas de juros e houve essa elevação, e outra uma redução de contratação via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que permitia contratação de financiamentos com valores acima do Programa Minha Casa Minha Vida. Isso tudo em um cenário de evidente falta de crédito do Governo Federal. Ao mesmo tempo, o Programa Minha Casa Minha Vida 3 está para ser lançado e ele vem acompanhado de uma redução de crédito, com redução de teto e de subsídios. É uma evidência de que haverá um cenário muito mais difícil para as pessoas adquirirem suas casas. A demanda existe, mas o que se percebe é que essas condições acabam dificultando. São questões como seguro inerentes aos imóveis, que encarecem a aquisição, e esse conjunto de fatores remetem a um cenário difícil.

Que ações o sindicato planeja para o próximo ano?

Nós também teremos que realizar alguns ajustes, nos adequando a um cenário de menos receita, por conta da própria questão de mercado. Então, internamente, teremos foco na gestão dos nossos processos. O Prêmio Sinduscon irá ocorrer. Ele já é por si só um evento que neste ano foi extraordinário, mas que nos obriga a pensar de que forma vamos nos ajustar para que ele não perca sua proposta e possa manter sua excelência. Buscaremos também novas parcerias.

A nova sede acaba de alguma forma permitindo que os associados utilizem esse espaço de uma forma mais ampla e se identificassem mais com a característica de representatividade que eles tem dentro do setor pelo sindicato. Acho que ofertando esse espaço a gente acaba cumprindo a função de ampliar a interlocução entre os associados e o sindicato. Também buscaremos modernizar o estatuto do sindicato para estar mais adequados às mudanças no cenário geral.

O Brasil vive um momento incerto, na questões de ordem política e econômica. Nesse ano será necessário refletir muito sobre nossas ações. Este ano será também um ano político por conta das eleições municipais e nos obriga a ter ações de reflexão em relação a nossa postura e em relação à sociedade como um todo e o nosso papel e onde queremos chegar com ela.

Qual mensagem o senhor enviaria aos associados do Sinduscon neste momento?

Eu acho que, sobretudo, precisamos ter confiança na capacidade criativa que o empresário tem de superar as dificuldades e buscar alternativas para o negócio. Nós temos um potencial de superação de acreditar na nossa capacidade de transformação e sobretudo de encontrar soluções. Precisamos buscar mais criatividade e acreditar nessa capacidade de superação.

Sinduscon apresenta balanço das ações realizadas durante 2015Um 2016 repleto de oportunidades e realizações