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Fabricantes de massas italianas investem no "trigo duro" para conquistar consumidores

Trigo monovarietal de terroir é uma grande novidade, que trouxe mais sabor e aumentou as vendas dos produtos italianos

clique para ampliarclique para ampliarTrigo duro é a nova vedete da indústria de massas italiana (Foto: Pixabay)

Fundada em 1908, a Pastificio Felicetti é uma indústria produtora de massas no norte da Itália, totalmente controlada por inúmeros computadores e com um pequeno exército de robôs aparentemente autônomos que manipulam paletes de penne, rigatones e espaguetes com velocidade e precisão impressionantes. 

No entanto, a verdadeira transformação iniciada pela família Felicetti, que comanda o negócio, não diz respeito à tecnologia de última geração, mas ao uso de trigo duro, cultivado exclusivamente na Itália, de variedades e territórios específicos. O Trigo monovarietal de terroir é uma grande novidade, que trouxe mais sabor e aumentou as vendas dos produtos italianos.

As massas italianas trazem no rótulo a informação “100% de trigo duro, fabricada na Itália” e, ao lê-lo, imagina-se que todo o trigo usado tenha sido cultivado no país. Contudo, quase sem exceção, as fabricantes usam uma mistura de cerca de 70% de trigo italiano e 30% de trigo duro importado.

No início do século passado, a Itália importava cerca de 80% do seu trigo duro da Rússia. Após a Revolução Russa, começou a importar trigo da América do Norte, e mais tarde, da Austrália, entre outros produtores. Isso porque, a Itália não consegue produzir trigo suficiente para suprir o “apetite” dos italianos pelos alimentos fabricados com o trigo. O país produz quatro milhões de toneladas de trigo de grano duro por ano e não atende à demanda da indústria nacional, de cinco milhões de toneladas, no mínimo. 

Em 2004, depois de longas experimentações para determinar as variedades de trigo que apresentavam rendimento melhor em determinadas regiões, o Pastificio Felicetti lançou sua pastas da linha Monograno, feitas com grãos de uma única variedade, como o próprio nome indica. As notas de degustação se assemelham às de provas de vinho: “pão assado na pedra, sabores de manteiga e bambu, manteiga de amendoim e tâmara vermelha”. 

O Pastificio Felicetti fabrica cerca de 400 toneladas de massa monograno por ano -  que representa cerca de 15% de toda a sua produção. Em 2013, passou a usar somente trigo italiano em todas as suas massas e, em 2014, seus spaghettoni monograno, produzidos com uma variedade de trigo chamada Matt, cultivado na Puglia, região no sul da Itália, ganhou prêmios importantes no país em 2015 e 2016. 

O Rustichella d’Abruzzo, um pequeno pastifício da Itália central, também começou a produzir uma linha de massas com trigo italiano, chamada PrimoGrano (primeiro grão). As massas são feitas com três variedades de trigo de grano duro – San Carlo, Varano e Mongibello – cultivadas na região do Abruzzo. A ideia inicial era fazer apenas uma edição da PrimoGrano, para comemorar os 80 anos do pastifício. Mas o sucesso foi tamanho que o produto virou uma linha.

Uma das maiores fabricantes de massas da Itália bem conhecida entre os brasileiros, a Barilla, também se rendeu ao “ingrediente milagroso”, mas em menor escala. Em 2014, a empresa passou a usar apenas trigo duro cultivado no sul da Itália para a sua marca premium Voiello. A razão é simples: “sustentabilidade e economia no uso de energia”. Com o uso do trigo do país, é possível evitar gastar energia para transportar o cereal ao redor do mundo. Além disso, outro benefício do trigo genuinamente italiano, diz respeito ao patriotismo: numa época em que a economia está em dificuldades, privilegiar os pequenos produtores do país e garantir seus empregos é uma estratégia de marketing bem sucedida.

Na Itália, existe um movimento local vibrante, que adotou o slogan “zero km”, que beneficia os produtos alimentícios locais. As leis futuras poderão oferecer a estas massas uma vantagem adicional nos mercados. Ainda no primeiro semestre deste ano, especialistas da Comissão Europeia deverão exigir que as embalagens dos alimentos especifiquem o país de origem do principal ingrediente, caso não seja mesmo em que o produto é fabricado.

Com informações da Abitrigo

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