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Marcelo Castelão
O mercado da moda brasileira está tomando um novo rumo e garantindo definitivamente um novo status. Há tempos, a moda nacional deixou de ser um assunto restrito e segmentado para se tornar uma importante parte da economia do país.
A valorização do mercado vem gerando bons frutos. Pra se ter uma idéia, toda a cadeia produtiva da indústria da moda nacional soma um total de aproximadamente 30 mil empresas. E o Brasil vem se firmando como o 6º maior produtor têxtil do mundo e auto-suficiente em algodão.
Recentemente, o diretor criativo da São Paulo Fashion Week, o empresário Paulo Borges, se encontrou com a presidente Dilma Rousseff. Dilma prometeu cuidar atentamente do setor da moda, que é atualmente o 2º maior empregador do país, perdendo apenas para a construção civil. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) apontam que são 1,5 milhão de pessoas trabalhando neste segmento.
Pesquisas recentes também apontam que o setor movimenta, aproximadamente, 460 bilhões de dólares por ano em comércio internacional.
São dados e informações importantes, mas, além dos destaques econômicos, a qualidade do design nacional também ajuda na expansão de nossas criações. Hoje, temos condições de competir com países que têm tradição no setor como França e Itália. Tudo graças à criatividade dos estilistas brasileiros e do esforço da indústria têxtil, que vem conseguindo resultados expressivos.
A moda brasileira está tangibilizando o estilo de vida, os costumes e a cultura do país em seus produtos valores extremamente desejados lá fora. Há algum tempo, muitos copiavam a cultura americana e européia. Hoje, o Brasil tem seu próprio estilo, bastante competitivo.
Comparado a outros países da América Latina, somos claramente mais desenvolvidos e possuímos uma indústria muito poderosa.
Além disso, contamos com uma imagem de beleza universal e multicultural.
O sucesso das marcas, estilistas e modelos brasileiras no exterior, aliado à qualidade do material produzido e exportado pelo Brasil, faz com que o País exporte também valor agregado, o que ajuda a aquecer consideravelmente nossa economia. Mas, apesar do evidente avanço do mercado nos últimos anos, o país ainda precisa crescer e tem muitos obstáculos a enfrentar.
Esse mercado, que fatura mais de US$ 34 bilhões ao ano, anuncia uma mudança para breve: a partir de 2011, diante de uma clara percepção governamental sobre a importância do nosso trabalho, espera-se que outras empresas brasileiras invistam no setor e valorizem projetos e movimentos em prol da moda brasileira.
Marcelo Castelão
Empresário e diretor presidente da La Stampa