SINDIMINERAIS-PR

Sindicato da Indústria da Extração de Minerais Não Metálicos do Estado do Paraná

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




Energia elétrica mais cara impacta o crescimento do setor industrial

Para tentar reverter o aumento abusivo, a Procuradoria Jurídica da Fiep protocolou uma ação ordinária coletiva

clique para ampliarEnergia elétrica fica mais cara e a indústria não consegue repassar todo o reajuste para o consumidor, gerando um cenário que vem enfraquecendo o setor produtivo (Foto: Reprodução)

Diante dos reajustes ocorridos neste ano, nos meses de março e junho, o preço da energia elétrica tem preocupado a indústria brasileira. O último aumento aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas tarifas da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) foi de 15,32%. Nas duas situações, o motivo apontado para justificar a alta porcentagem foi o mesmo: a falta de chuva.

A Procuradoria Jurídica da Fiep alega que o argumento não pode ser considerado. Diante disso, a federação protocolou uma ação ordinária coletiva que pede a declaração de irregularidades das bandeiras adotadas em 2015. O documento, que tem como réus a Copel e a Aneel, foi protocolado como forma de liminar e até o momento não houve decisão por parte da Justiça Federal.

A ação foi necessária devido ao impacto negativo causado nas indústrias por conta do aumento no custo de produção. De acordo com o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, a energia elétrica é fundamental para a indústria e estes reajustes têm impedido o crescimento do setor. “Os reajustes têm feito com que a energia pese cada vez mais nas planilhas de gastos das empresas. Somado a outros fatores que têm aumentado significativamente os custos de produção, como a elevação das cargas tributárias estadual e federal, vemos nossa indústria perdendo cada vez mais competitividade. Por isso, é urgente que se encontre uma solução para a questão energética no Brasil e no Paraná, fazendo com que as tarifas voltem a patamares mais condizentes com a realidade das empresas e consumidores”, explica.

Este problema enfrentado pelos industriais fica claro em um levantamento realizado pelo Departamento Econômico da Fiep. O estudo foi feito a partir dos dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA-IBGE), que contempla os custos de diferentes setores. Com estes números, foi possível identificar o impacto causado pelo sucessivo aumento na tarifa desde junho de 2014 até junho de 2015.

A pesquisa mostra que, em um ano, o custo da energia elétrica nas indústrias do Paraná quase triplicou. Enquanto em junho de 2014 os gastos com a eletricidade representavam, em média, 1,40% do valor total das despesas, hoje, a realidade é outra: o percentual chega a 3,35%. Na indústria metalúrgica o aumento é ainda maior. Em junho do ano passado, os gastos representavam cerca de 3,85% dos custos totais, enquanto agora estão em 9,23%.

Apesar da porcentagem, a indústria não repassa todo o reajuste para o consumidor final. “Não necessariamente as indústrias conseguirão repassar a integralidade do aumento para o preço de seus produtos, pois o poder de compra dos consumidores vem progressivamente se debilitando e pode não aceitar modificação de preço de certos produtos, induzindo-o a buscar produtos substitutos até com menor preço e qualidade”, afirma Maurilio Leopoldo Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele destaca ainda que o momento deve ser enfrentado com cautela e alerta que a indústria deve optar por manobras econômicas. “Se a indústria quiser manter a sua participação de mercado, deverá reduzir margens de lucro e enfraquecer também sua capacidade de poupar e de investir quando a economia se recuperar”, finaliza.

Curso gratuito orienta empresários sobre o mercado internacionalAprender a lidar com normas regulamentadoras pode evitar problemas às indústrias