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A alta recente nos custos de produção na indústria de calcário e derivados foi tema de um workshop promovido pelo Sindemcap, com apoio do Conselho Setorial da Indústria Mineral da Fiep, no mês de março, em Almirante Tamandaré. O evento reuniu industriais da região, que discutiram sobre os aumentos verificados em insumos e serviços nos últimos meses.
A equipe da gerência de fomento e desenvolvimento da Fiep fez uma apresentação para mostrar as mudanças no custo das empresas do setor diante da elevação em tarifas e reajuste em preços de produtos. Conforme o levantamento divulgado durante o workshop, o setor sofreu com aumentos acima da inflação em todos os itens que compõem o custo de uma indústria. A equipe da Fiep montou uma estimativa, entre março de 2014 e março de 2015, com os seguintes índices: explosivos, 14,5%; pneus, 15,5%; materiais de desgaste, 16,5%; manutenção industrial, 13,5%; depreciação, 10%; despesas administrativas e financeiras, 11%; mão de obra, com encargos, 7%; combustíveis, 12,85%; e energia elétrica, 108,12%.
A composição de custo da indústria de calcário sofreu alteração com os aumentos recentes, ainda mais com um impacto significativo no caso da energia elétrica. Confira o quadro com a participação de cada item na planilha de custo e a projeção contando os recentes aumentos (totalizando 100%):
Explosivos - de 4,5% para 4,2%
Pneus - de 0,38% para 0,35%
Materiais de desgaste - de 6,05% para 5,74%
Manutenção industrial - de 14,68% para 13,58%
Depreciação - de 8% para 7,51%
Despesas administrativas e financeiras - de 17% para 15,4%
Mão de obra com encargos - de 26,25% para 23,54%
Combustível - de 11,5% para 10,58%
Energia elétrica - de 11,25% para 19,09%
O custo geral das indústrias do setor aumentou, em média, 22,67% entre março de 2014 e março de 2015. O levantamento considerou os índices apresentados e ainda poderia sofrer alterações diante de reajustes para mão de obra e um novo aumento na energia elétrica, previsto para junho deste ano. Além disto, o preço do dólar também pode influenciar nos custos das empresas do segmento.
A equipe de analistas técnicos da Fiep também mostrou o histórico dos reajustes na tarifa de energia elétrica, desde de junho de 2014. Para minimizar os impactos dos aumentos, foram apresentadas algumas sugestões, como a gestão do uso da energia (ponta x fora da ponta), consultoria para otimização no consumo, possibilidade de composição de fontes alternativas de energia, compra de energia via “mercado livre”, atualização de equipamentos e ações de compra conjunta.
Os industriais se mostraram preocupados com o cenário, que pode ser aliado com a queda na demanda, e estimam uma crise para o setor de calcário em 2015. “O cenário é pior do que pensávamos. Chegou o momento de pensarmos como setor e colocar um planejamento estratégico em prática, ou o setor pode sofrer impactos muito sérios. As tarifas subiram de tal maneira que se tornou quase impraticável. Necessitamos de união do setor e os industriais precisam ter em mente isto”, opinou o presidente do Sindemcap, Josemar Guarise.