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Líderes exercem papel primordial para motivação da equipe em tempos de crise

Francisco de Assis Silva, coordenador dos cursos de Gestão da Unidade do Senai em Apucarana, fala sobre como papel da liderança faz a diferença, independente do contexto econômico do país

clique para ampliarO líder auxilia na correta interpretação das consequências da crise, definindo a melhor direção para sair dela (Foto: Freeimages)

São os líderes que inspiram os colaboradores de uma indústria e, em momento de crise, são aqueles que apontam a melhor direção a seguir. O líder também é responsável pela motivação da equipe, enfatizando as competências dos colaboradores e o que cada um deles pode fazer para ajudar a organização a passar pelos momentos de turbulência.

Para Francisco de Assis Silva, coordenador dos cursos de Gestão da Unidade do Senai em Apucarana, investir na qualificação das lideranças é o caminho para fortalecer a indústria. Confira a entrevista concedida ao Boletim da Indústria sobre a importância da liderança em uma organização em tempos de recessão econômica.

Boletim da Indústria - Qual é o papel do líder na organização?

Francisco de Assis Silva - Muito se discute sobre o papel do líder nas organizações. Eu gosto muito da definição de Vicente Falconi [renomado consultor brasileiro na área de gestão, que já atuou na Gerdau e na Ambev] sobre a importância do líder nas diversas empresas. Falconi diz que “a liderança é o que há de mais importante em uma organização, sem ela nada acontece”. Eu concordo com esta colocação e gosto de complementar dizendo que o líder dá sentido àquilo que o trabalhador e a indústria realizam. Ele é quem inspira e garante a resiliência da organização e, neste momento de crise, é o líder que possibilita a direção confiável em meio ao mercado revolto.

Qual a importância do líder em tempos de crise?

Vamos imaginar uma tempestade e uma embarcação sendo cruelmente castigada pelos ventos e pela chuva. Pode-se dizer que grande parte, senão todas as pessoas que estão naquela embarcação, ficarão com muito medo e alguns estarão desesperados e perdidos. Nas empresas acontece algo muito similar a isto quando a crise bate à porta. Existe uma tendência muito grande das pessoas se desesperarem e ficarem com muito medo. Neste momento, o líder age como aquele grande filtro que auxilia na correta interpretação das consequências da tempestade, ou melhor, da crise, definindo assim a direção para sair dela ou ainda, aproveitando os ventos contrários para ajustar as velas e navegar mais rápido, corrigindo erros que ficavam escondidos em momentos de bonança. O líder também deve mostrar que todos precisam acreditar em suas competências e que a crise pode ser superada muitas vezes pela postura adotada pela equipe.

Como o líder diminui os impactos da crise?

Quando falamos em crise, eu creio que as pessoas valorizam mais os fatores negativos do que suas próprias competências. Isso acontece também com as empresas. Muitas se deixam levar pela histeria coletiva e pelo negativismo. Neste momento, o líder deve fortalecer seus laços com a equipe; deve manter a equipe informada sobre tudo que está acontecendo com a empresa; deve estar presente; e deve corrigir os problemas rapidamente, evitando o retardo nas decisões.  Além de estar próximo a seus colaboradores, o líder deve manter o foco em suas metas. Acredito que a conquista constante de pequenas metas e a comemoração dos resultados positivos fortalecerá a equipe para os momentos de perdas e possíveis derrotas. O importante é manter a equipe confiante de que é possível atingir as metas, conquistar clientes e tornar-se uma exceção à crise. É uma questão de optar por acreditar e isso fará com que os impactos da crise sejam reduzidos.

Você acredita que a liderança está em crise nas empresas brasileiras?

Não acredito que a liderança esteja em crise nas empresas brasileiras. Acredito que, como pessoas normais, os líderes também passam por momentos em que demoram um pouco para acreditar que é possível superar os desafios propostos e tomarem ações realmente efetivas. Algumas empresas pecam quando deixam de investir na qualificação constante de seus líderes. Essa falta de qualificação impossibilita que muitos gestores - principalmente nos negócios de pequeno porte - compartilhem os diversos conhecimentos disponíveis no mercado, deixando de realizar algo muito importante, como o networking. Os momentos de treinamento possibilitam que diversos líderes sentem juntos para falar sobre a liderança e melhorar sua qualificação. São nesses momentos que as soluções e a criatividade aparecem. Investir na qualificação das lideranças é o caminho para uma indústria forte e para sairmos da forma mais rápida possível da crise.

Como as indústrias devem formar líderes?

A indústria deve manter programas de capacitação constantes para as lideranças e, dessa forma, manter seus líderes em contato com outros profissionais com visões e experiências diferentes. Isso fará com que competências como a criatividade, a inovação e as relações interpessoais sejam desenvolvidas. As competências acima, adicionadas aos conhecimentos disponíveis sobre liderança e gestão de pessoas, farão com que a indústria tenha líderes capazes de transformar um cenário de crise em um cenário de possibilidades. A gestão adequada das competências disponíveis na empresa e a definição de metas a serem atingidas por todos os líderes fará com que a liderança atinja seu principal papel, ou seja, garantir os resultados da empresa e fazer a diferença nos diversos contextos econômicos do país.

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