Oportunidade para redesenhar os pedágios
A 48ª fase da operação Lava Jato, que teve como alvo as concessões rodoviárias no Paraná, trouxe novamente à tona o debate sobre os pedágios cobrados no Anel de Integração. As revelações dos investigadores ajudam a explicar por que os paranaenses pagam algumas das tarifas mais altas do país, sem a contrapartida em obras suficientes para melhorar o tráfego e a segurança nas estradas.
Há anos, a Fiep já alertava sobre a cobrança excessiva e a falta de transparência nas concessões. Uma realidade que faz aumentar de maneira significativa os custos de produção e compromete o poder de concorrência das empresas instaladas no Paraná em relação às de outros estados. Não bastasse o impacto econômico, há ainda o prejuízo imensurável gerado pelas mortes que frequentemente ocorrem nessas rodovias.
Olhar para o futuro
É fundamental que as investigações prossigam, indo a fundo na apuração
de desvios. Porém, tão importante quanto punir os culpados é olhar para frente e corrigir os erros cometidos
até aqui no Anel de Integração. Apesar de ainda faltarem mais de três anos para o encerramento
dos atuais contratos, o Paraná precisa começar desde já a construir um novo modelo de concessão.
Para que, a partir de 2021, tenhamos um verdadeiro equilíbrio entre a justa remuneração das empresas que administram as rodovias com os interesses do usuário, é necessário promover diversas ações. Desde setembro, a Fiep já vem buscando articulação com outras entidades para começar a colocá-las em prática. É preciso também o envolvimento de agentes públicos, órgãos de controle e empresas, entre outros atores que podem contribuir.
Levantamento de dados
Um passo essencial, que precisa ser dado ainda em 2018, é a contratação
de bons projetos de engenharia para saber quais são as obras e intervenções necessárias nas rodovias.
Também é necessário calcular com precisão o real fluxo de veículos das estradas e projeções
de demanda futura.
Todos esses são fatores importantes para estabelecer as regras dos novos contratos e
a remuneração das concessionárias, entre outras questões que interferem no valor final das tarifas.
Cumprindo essas e outras etapas propostas, o Paraná terá condições de encontrar um modelo de concessão
em que o usuário pague uma tarifa compatível com a qualidade e a segurança da estrada em que transita.
Cronograma de ações
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